A real sobre o fechamento do Instituto Royal

08/11/2013 14:45 Atualizado: 14/11/2014 01:21

A Frente Antivivisseccionista do Brasil preza toda e qualquer vida, humana ou animal, e declara que em momento algum houve interesse de invasão, mas não lamenta o ocorrido!

Há dois anos iniciou-se um movimento contra o referido instituto, com base nas denúncias recebidas de maus-tratos e crueldade contra animais, cujo teor ainda é alvo de investigação pelo Ministério Publico do Estado. Nunca houve a prerrogativa de invasão do instituto, já que os ativistas queriam apenas chamar a atenção para o caso. A invasão aconteceu sob os olhos consternados e alarmados de uma sociedade indignada e ultrajada pela falta de ética e moralidade de uma instituição sem fins lucrativos que tinha como finalidade principal o uso e descarte de animais sob o falso pretexto da cura de doenças da espécie humana!

Após inúmeras tentativas de negociação, sem êxito, para entrada de ativistas e políticos da causa afim de verificar as condições dos animais, já que a direção local se negou veementemente a receber qualquer um dos membros do comitê, e com a crescente gritaria dos animais, as pessoas presentes e que não eram apenas ativistas, mas sim donas de casa, protetoras, amantes de animais e cidadãos de bem indignados com a falta de respeito e com o exercício bárbaro do extermínio de almas não humanas, entraram para salvar as vidas restantes que suplicavam por ajuda!

Não lamentamos o ocorrido! Lamentamos que existam ainda facetas obscuras a serem desvendadas e reveladas! Lamentamos que a ciência seja idiotizada por pessoas sem escrúpulo, caráter ou entendimento da real busca pela cura! Lamentamos que órgãos federais que deveriam cumprir com rigor suas atribuições sejam falhos, omissos e corrompidos!

O Instituto Royal testava produtos tóxicos e doses letais em animais criados de forma desordenada e cruel, em ambiente impróprio, comprometido por fezes e lixo e disseminador de diversas doenças, estando portanto, em desrespeito as normas de biossegurança. Nunca houve pesquisa cientifica para a cura do câncer! Qual empresa séria teria a cura nas mãos para o problema mais critico do planeta sem um plano de contingência, um backup ou qualquer fonte que assegurasse a proteção das informações, já que anos de trabalho poderiam ser perdidos se o instituto apenas pegasse fogo ou fosse assaltado? As pessoas querem a cura, e nós, as respostas!

Foram investidos inicialmente mais de 5 milhões da verba pública para atos negligentes de crueldade porque não havia interesse em usar métodos substitutivos, simplesmente porque encarece o resultado final! Os animais são ainda a via mais barata e descartável de testes do mundo! Não falam, não gritam, apenas choram por suas vidas de forma invisível e solitária, suplicam com os olhos sem serem vistos. Mas nós, ativistas pelos direitos animais os ouvimos, vemos e sentimos sua dor!

O Instituto Royal encerrou as atividades em São Roque e demitirá funcionários por despreparo e arrogância! Contra fatos não existem argumentos e o que vimos foi o cenário caótico de pessoas egocêntricas tentando desvalorizar a vida alheia em detrimento de seus interesses pessoais. A grande estratégia dessa instituição é tentar se eximir de toda a culpa e acusar os ativistas de terrorismo e vandalismo! Respondemos a processo e estamos sendo investigados apenas porque não aceitamos o errado, não somos coniventes com a imoralidade.

Existem muitas questões a serem respondidas pelo Instituto Royal, pelo CONCEA, pela ANVISA e pelas empresas clientes que estiveram durante esses sete anos alimentando a indústria do holocausto animal, com destaque para a licença de canil expedida para um laboratório modelo que não consta na lista de renome internacional mas que se denomina o único instituto laboratorial do Brasil capacitado e regulamentado pelo CONCEA para pesquisas essenciais de doenças críticas como câncer, diabetes, hipertensão, epilepsia, entre outras. Quanto à verba proveniente do Governo Federal; às divergências de datas de registros nas entidades obrigatórias ou pela falta destas; à venda de animais por uma OSCIP para universidades e dentistas particulares; ao descarte de mais de 2 toneladas de corpos de animais; à insalubridade e estresse dos funcionários que denunciaram, pois não aguentavam mais tanta selvageria e displicência com a vida alheia; à crueldade, maus-tratos e mortes desnecessária de animais; ao cemitério de corpos não humanos encontrado na proximidade do instituto que afeta, altera e contamina água, solo e ar; e à conduta quanto aos inúmeros questionamentos e manifestações dos ativistas, entre outras.

O ambiente de insegurança que se instala no país gera e continuará gerando prejuízos para a ciência brasileira na medida em que não haja evolução ou substituição nos métodos de pesquisa que estabeleça aos humanos as fontes precisas e necessárias para as curas das doenças, já que, espécies diferentes não são compatíveis e, portanto, os testes em animais não servem para assegurar a eficácia de qualquer medicamento que preze o objetivo principal de salvar vidas. Não vamos mais nos calar!

O Instituto Royal foi o primeiro de muitos laboratórios a utilizar e que ainda utilizam seres vivos em suas experiências letais que denunciamos. Conseguimos mostrar a força do movimento e a revolta da sociedade organizada e civilizada que jamais usou de força e violência em detrimento das vias institucionais e democráticas para alcançar seus objetivos pois sempre buscou conversar e debater num primeiro ato com os elos fortes do progresso como o poder político e o promotor responsável pelo caso.

O Brasil despertou para uma questão, que vai muito além da ética e da ciência. Precisamos urgentemente de mudanças. Precisamos urgentemente humanizar as pessoas. Não podemos ficar estagnados a vida inteira e desprezar o direito à vida alheia. Já passamos da fase em que provamos que testar em animais não é certo! Agora precisamos elucidar o mundo que testar em animais por dinheiro é crime!

Entendemos que a ciência não foi prejudicada, mas que forçamos o debate claro e aberto para a mudança de paradigma, que caminhamos para a revolução e engrandecimento das praticas médicas baseadas na legalidade e na moralidade, na ética e no respeito a todas as formas de vida!

Somos a Frente Antivivisseccionista do Brasil e não recuaremos em nossa jornada para legitimar o direitos dos animais!

Adriana Greco é ativista da causa animal e membro da Frente Antivivisseccionista do Brasil