A ‘Exibição Internacional de Artes Verdade-Benevolência-Tolerância’ foi inaugurada este mês no Raposo Shopping, zona oeste de São Paulo.
A exposição, que já percorreu as principais cidades do mundo, contém 22 obras que dão uma perspectiva única sobre direitos humanos na China, com foco na perseguição à prática espiritual do Falun Gong (também conhecido como Falun Dafa), uma prática milenar chinesa cuja essência é o cultivo da verdade, da benevolência e da tolerância, possuindo cinco exercícios, incluindo meditação.
Segundo a Assessoria de Imprensa do Shopping, a reação do público tem sido “um misto de admiração e surpresa, mas sempre com muita emoção. Admiração pelas obras em si, que são muito bonitas, carregadas de expressões e sentimentos, e pela história de luta pacífica e de resistência dos praticantes. E surpresa porque a maioria do público não conhece essa realidade”.
O Falun Gong surgiu em 1992 na China, e em poucos anos atraiu mais de 100 milhões de adeptos, de acordo com senso realizado pelo próprio regime chinês. Em 1999, o ex-líder do Partido Comunista Chinês, Jiang Zemin, se sentiu ameaçado pela grande quantidade de praticantes do Falun Gong, e decidiu proibir a prática na China. Apesar de não envolver nenhuma questão política, a prática de meditação possuía mais adeptos do que os filiados ao Partido Comunista — 70 milhões na época. Desde então, os praticantes do Falun Gong são presos, torturados e enviados a campos de trabalho forçado na China, sendo a extração forçada de órgãos uma das mais brutais formas de violação dos direitos humanos registradas na história.
A semana na qual a exposição foi inaugurada coincide com a data do início da perseguição ao Falun Gong, que completou 17 anos no dia 20 de julho. Nesse evento, a polícia realizou prisões de coordenadores voluntários da prática. Essas prisões, em sua totalidade, não possuem nenhum tipo de julgamento por parte da justiça chinesa e seguem sendo realizadas incessantemente até hoje.
A exposição de artes conta justamente a história de resistência pacífica destes praticantes.
Para o visitante Leonardo Martins, funcionário público, “há sofrimento, mas aparentemente não tem revolta, é o que achei interessante. Ela [a exposição] é serena. Realmente comove você ver artistas tão talentosos, sendo perseguidos”.
Caio Augusto Bahia, estudante de desenho, expressou seu encantamento com as técnicas realistas das pinturas. “Eu acho impressionante como eles conseguem fazer uma pintura tão realista assim a ponto de parecer uma foto.”
“Estamos sempre em busca de coisas interessantes, de ações que possamos apoiar ou propagar, ações que tenham um foco cultural para compartilharmos com o nosso público. Entendemos que a exposição internacional de artes Verdade, Benevolência e Tolerância traz uma história que vale muito a pena ser compartilhada”, afirmou a assessoria de imprensa do Shopping Raposo.