Jornais de grande circulação trazem a notícia de que a questão do salário mínimo está em evidência na Europa e nos EUA, com políticos buscando aumentar o piso salarial dos trabalhadores menos produtivos através de lei e com mais de 600 economistas, dentre eles ganhadores do prêmio Nobel, defendendo essa política.
Sendo ganhadores do prêmio Nobel, eles certamente já leram sobre lei de oferta e demanda e influência do piso para preços, que cria ineficiência e excedente de recursos. Traduzindo do economês para português, salário-mínimo, que é um piso de preços no mercado de trabalho, cria excesso de mão-de-obra à disposição, ou seja, cria desemprego. Além disso, o salário mínimo cria concentração de renda entre os que conseguem permanecer no emprego e os que ficaram sem e que também poderiam estar recebendo parte dos recursos disponíveis para contratações. Por fim, ainda cria mercado negro e informalidade, ingredientes que precarizam de maneira agressiva a relação de trabalho, com violência e falta de segurança para o empregado.
E se eles certamente sabem que a proposta deles aumenta o desemprego e a concentração de renda dentre os mais pobres, só podemos pensar se tratar de um problema ético a assinatura desses economistas nesse documento. Somente economistas mínimos, na ética e no conteúdo, defendem salários mínimos.
Bernardo Santoro é Mestrando em Direito (UERJ), Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal
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