Em “Bolha imobiliária da China, nascida para estourar”, um comentarista e colunista financeiro chinês conhecido afirmou que o sistema econômico totalitário do regime comunista causará uma crise econômica iminente na China.
Niu Dao é um blogueiro premiado e comentarista financeiro da emissora estatal CCTV, um consultor da Essence Securities e professor da Universidade Tsinghua. Sua postagem em 26 de setembro adverte que a crise vindoura trará consequências desastrosas.
Saqueando a riqueza da nação
Num artigo posterior de 8 de outubro, que foi excluído do website Sina pouco depois de ser publicado, Niu explicou que os direitos humanos do povo chinês não são protegidos em nada pelo regime totalitário comunista. Em certo sentido, os chineses não são cidadãos, mas simplesmente “inquilinos” – eles não são nada sem uma habitação.
Essa é a razão principal por que o Partido Comunista Chinês (PCC) se atreve a ampliar a bolha imobiliária indefinidamente e por que o Banco da China se atreve a imprimir dinheiro desenfreadamente, escreveu Niu. A bolha imobiliária se tornou uma ferramenta da classe dominante para saquear a riqueza nacional.
Niu escreveu que as bolhas de preços de ativos também estão prestes a estourar e, como diz a regra, quanto maior a bolha, maior o dano. O povo chinês que pensa que o investimento imobiliário pode ser sua herança acabará descobrindo que, sob o regime do PCC, o mercado imobiliário é meramente usado como uma ferramenta para aumentar artificialmente o valor do capital.
Nos mais de 20 anos desde que a bolha de ativos do Japão estourou, o país teve 13 primeiros-ministros diferentes. Para a China, escreveu Niu, não será uma questão de mudança de primeiro-ministro, mas sim a queda do regime. A bolha da China é muito maior do que a do Japão naquela época, segundo Niu.
Consequências econômicas sérias
No Fórum da China durante a reunião da APEC em 2013, o conselheiro Xia Bin, do Conselho de Estado do PCC, disse que os fenômenos da crise financeira já existem na China. Alguns governos locais se tornaram insolventes há muito tempo e meramente sobrevivem tomando mais empréstimos. A crise ainda não explodiu e a inadimplência ainda não foi exposta, porque eles foram cobertos pela emissão de mais moeda, escreveu Niu.
Em 3 de outubro, o Credit Suisse publicou o relatório “Asian Economic Outlook”, referindo-se aos problemas econômicos não resolvidos da China. O economista-chefe para a Ásia do Credit Suisse, Dong Tao, disse que a média do pagamento da dívida do governo local da China atingirá o pico no final de 2014 para 2015.
O problema, segundo Tao, é que os projetos de infraestrutura dos governos locais não tem capacidade de pagar a própria dívida. Portanto, a crise da dívida local na China pode estourar no 2º semestre do próximo ano.
Niu já havia escrito que uma crise econômica normal num sistema econômico de livre mercado nos países ocidentais poderia ser um desastre para os países com uma economia totalitária. Porque os Estados totalitários tomam como prioridade não deixar uma crise econômica se tornar uma crise social, eles acobertam todos os problemas econômicos e fazem de tudo para prevenir que uma crise econômica ocorra.
Como resultado, eventualmente, pequenas bolhas se tornam grandes bolhas e questões menores viram grandes contradições que não podem ser resolvidas, escreveu Niu. Finalmente, a situação evolui para uma crise generalizada, fazendo com que o ditador renuncie, que o país se fragmente, ou ambos.
O exemplo mais óbvio da história é a desintegração da União Soviética, que começou com a completa autodestruição do Partido Comunista Soviético. O colapso dos regimes com economias totalitárias, incluindo a Romênia, Albânia, o Khmer Rouge do Camboja e a República Democrática Alemã, foi porque os regimes encobriram os problemas financeiros no início, o que acabou levando ao surgimento de conflitos internos insolúveis.
A China pode enfrentar esse tipo de crise, advertiu Niu, uma enorme crise nunca vista antes na história da humanidade e isso chocará o mundo.