A maioria de nós considera que o luxo está relacionado a coisas caras e sofisticadas, até mesmo inatingíveis. Para os bilionários, luxo pode significar poder aproveitar bem o tempo ou viver experiências. Possivelmente, para um sem-teto, uma simples refeição ou um chuveiro quente possa significar um luxo.
Nos últimos anos, uma mudança cultural vem ocorrendo em relação ao conceito de luxo, pois as pessoas muito ricas podem ter qualquer coisa produzida na Terra. O conceito de luxo vai além de poder comprar coisas luxuosas, é também poder pagar para vivenciar experiências – por exemplo, ir para onde nunca ninguém foi, o espaço. Prova disso são as mais de 500 pessoas que se inscreveram para os voos espaciais comerciais do Sr. Richard Branson da ‘Virgin Galactic’ ao preço de US 200 mil dólares por passageiro.
O tempo é um luxo para quase todos nós – ter mais tempo para passar com a família e os amigos, ter mais tempo para aproveitar a vida.
Mas, e para nós que não somos nem ricos nem sem-teto? O que é luxo? No mundo atual de produção em massa e de produtos tóxicos, qualidade real é um novo luxo.
É bom saber que os botões não cairão da roupa comprada no momento que você deixar a loja. Seria bom se nossos móveis durassem tanto quanto os produzidos séculos atrás.
É pouco provável que os objetos produzidos na nossa geração cheguem à próxima, pois os produtos não são feitos para durar séculos. Nosso legado será montanhas e montanhas de equipamentos eletrônicos obsoletos, lixões abarrotados de coisas.
No passado, era comum encontrar trabalhadores que se orgulhavam de seus trabalhos, das coisas que eles produziam. Na escola, fomos ensinados que devemos fazer as coisas bem feitas, desde pequenos fomos ensinados que isso é motivo de orgulho. Mas veio o divisor de águas, a produção em massa, que permitiu às pessoas comprar coisas que elas não podiam comprar anteriormente. Mas a que custo real?
Foi-se o tempo do esmero e da dedicação artesanal, das madeiras lindamente entalhadas. Foi-se o tempo das roupas caprichosamente feitas para se evitar o esgarçamento. Nós trocamos qualidade, ou durabilidade, por quantidade.
De acordo com pesquisadores do MIT, se continuarmos a produzir quantidades enormes de produtos de baixa durabilidade, isso poderá levar a uma depressão econômica de proporções mundiais por volta do ano 2030, devido ao esgotamento dos recursos naturais.
Essa não é uma boa notícia para ninguém, porém também há boas notícias: já dispomos de tecnologias que permitem produzir coisas em grande escala e ao mesmo tempo salvar o planeta. Como? Reciclando. Também, comprando produtos que duram, melhor ainda, comprando os que já comprovaram ser duráveis. Isso ajudará a evitar o desperdício e esgotamento dos recursos naturais do planeta.
Peças que inspiram
Mesa Florentine: É uma peça rara e difícil de encontrar. A mesa de apoio Florentine é de meados do século XX e é muito versátil. Você descobrirá inúmeros usos para essa peça maravilhosa, que combina harmoniosamente tanto com uma decoração tradicional como com a de um ambiente contemporâneo.
A pintura em fundo marfim com formas douradas é um típico padrão Florentine. As pernas foram feitas para permitir estabilidade. A parte de trás do tampo é em dourado e ainda leva a etiqueta original: “Florentia, feitas à mão na Itália”. Conhecidos pelo estilo de artesanato Florentine, esses itens são agora antiguidades de grandes colecionadores.
Vintage Fortuny: Nos muitos anos que tenho colecionado tecidos Fortuny, este é o mais bonito que eu já vi: em cobre e verde azulado, magnífica.
Essas almofadas são personalizadas e foram feitas à mão nos Estados Unidos a partir da seda aveludada Italian Fortuny, a mais rara entre os tecidos Fortuny. Os tecidos Fortuny eram feito à mão e envelhecem sem perder a beleza.
Mariano Fortuny (1871-1949) foi um artista espanhol que possuía muitas habilidades. Ele é mais conhecido pela casa de moda de alta costura que abriu em Paris em 1906 e também pelo requintado do design de seus tecidos confeccionados à mão.
Antigo Tecido de um Kesa Japonês: Dizem que o kesa era feito com padrões em formato quadrado para representar os campos de arroz, uma indicação de humildade.
Este é um incrível kesa de tecido japonês, ano de 1760. A palavra kesa deriva da palavra sânscrita “kesaya”. O kesa era um traje usado pelos monges budistas e, às vezes, como toalha para os altares.
As pessoas doavam seus melhores tecidos aos mosteiros para serem utilizados para fazer kesa. Frequentemente, o tecido era feito a partir de diferentes tecidos que davam uma aparência de acolchoado, e menos frequentemente, como nessa peça excepcional, o kesa era feito de um único tecido.
Este kesa foi tecido em seda em tons canela e âmbar com motivos florais e sutilmente entrelaçados com fios de ouro e prata, tom imitando pátina. Uma inscrição em caligrafia nas costas do forro registra que a peça foi confeccionada para uma cerimônia realizada no Templo Nen Sai em setembro de 1760.
O padrão da peça é simplesmente deslumbrante. Você poderia facilmente decorar um quarto com o padrão desta peça ou adicioná-la a uma coleção de tecidos de inestimável valor.
Cherie Fehrman faz parte da ‘ForgottenLuxury.com‘, uma empresa de designer sediada em São Francisco, Estados Unidos. Fehrman é designer, consultor de cores, revendedor de antiguidades, autor, e ávido colecionador.