A carapaça humanista e a retórica nem sempre muito clara, temperada por platitudes e clichês “bem intencionados” dos ambientalistas, fazem com que nós – os chamados céticos – muitas vezes tenhamos enorme dificuldade para transmitir ao público as suas reais intenções, seu totalitarismo latente, suas aspirações arrogantes de comandar os destinos da humanidade, sua guerra incessante contra o capitalismo liberal e o crescimento econômico.
Por isso, é alvissareiro quando alguns de seus áulicos resolvem despir o véu da dissimulação e falar claramente a que vieram. Sentindo-se, talvez, já suficientemente fortes perante a opinião pública mundial, alguns próceres mais audaciosos do movimento ambientalista global, certamente na tentativa de abreviar o “fim da história”, começam a “chutar o pau da barraca”.
Foi, evidentemente, o que ocorreu com a ativista Naomi Klein, que acaba de lançar no mercado o livro “This Changes Everything: Capitalism vs. The Climate”. O livro tem tudo para transformar-se no “Manifesto Comunista” dos tempos modernos. Abaixo, transcrevo, em tradução livre, o sumário da indigitada obra, disponível na página da Amazon:
“Em “Isso Muda Tudo”, Naomi Klein argumenta que a mudança climática não é apenas outro problema a ser ordenadamente arquivado entre impostos e cuidados de saúde. É um alarme que nos chama para corrigir um sistema econômico que já vem falhando de muitas maneiras. Klein constrói meticulosamente o argumento para demonstrar como a redução maciça de nossas emissões de efeito estufa é nossa melhor chance de, simultaneamente, reduzir desigualdades escancaradas, reimaginar nossas democracias quebradas e reconstruir nossas economias locais evisceradas.
Ela expõe o desespero ideológico dos negadores da mudança climática, as ilusões messiânicas dos pretensos “geoengineers” e o derrotismo trágico de muitas iniciativas do mainstream verde. E ela demonstra exatamente por que o mercado não pode resolver a crise climática, mas, em vez disso, tornará as coisas piores, com cada vez mais métodos extremos de extração ecologicamente prejudiciais, acompanhados pelo desastroso capitalismo desenfreado.
Klein afirma que as mudanças em nossa relação com a natureza e de uns com os outros, que são necessárias para responder à crise climática, não devem ser vistas como uma penitência cruel, mas, ao contrário, como um tipo de presente — um catalisador para transformar economias quebradas e prioridades culturais, além de curar purulentas feridas históricas…
Podemos promover essas mudanças a tempo? Nada é certo. Nada, exceto que a mudança climática muda tudo. E por um tempo muito breve, a natureza dessa mudança ainda depende de nós.”
Acho que não preciso dizer mais nada, né?
João Luiz Mauad é administrador de empresas formado pela FGV-RJ, profissional liberal (consultor de empresas) e diretor do Instituto Liberal. Escreve para vários periódicos como os jornais O Globo, Zero Hora e Gazeta do Povo
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