Putin admite apoiar EUA se for comprovado ataque químico e envia três navios ao Mediterrâneo para monitorar situação na Síria

04/09/2013 14:15 Atualizado: 04/09/2013 14:20
Tropas de Israel se preparam no Planalto de Golã, caso o conflito na Síria ultrapasse suas fronteiras (Ilia Yefimovich/Getty Images)
Tropas de Israel se preparam no Planalto de Golã, caso o conflito na Síria ultrapasse suas fronteiras (Ilia Yefimovich/Getty Images)

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, admitiu hoje (4) a possibilidade de apoiar uma ação militar, comandada pelos Estados Unidos, na Síria, se for comprovado que o governo do presidente Bashar al-Assad usou armas químicas contra civis. A intervenção militar na Síria divide opiniões entre os líderes internacionais. O Brasil se manifestou contrário à ação.

Putin condicionou, porém, sua decisão à aprovação da iniciativa pelo Conselho de Segurança das Nações Unidas. O órgão se reunirá para discutir o tema, mas a data ainda não foi definida. O presidente norte-americano Barack Obama diz que a intervenção só ocorrerá se o Senado aprovar a medida. A previsão é que a votação ocorra no próximo dia 9.

O presidente russo reiterou que não dispõe de informações precisas sobre os ataques com armas químicas na Síria, no último dia 21. Imagens divulgadas por organizações não governamentais mostraram que cerca de mil crianças, adolescentes e mulheres foram mortos nos ataques.

O presidente da Rússia defendeu um estudo minucioso sobre o que ocorreu na Síria. Um grupo de peritos das Nações Unidas esteve no país para verificar a situação e o resultado da perícia é aguardado pela comunidade internacional.

“Estaremos convencidos por um estudo profundo da questão e pela existência de provas que sejam óbvias e que possam mostrar claramente quem aplicou e quais ferramentas foram usadas. Depois disso, estaremos prontos para agir de maneira mais forte e séria”, disse Putin.

Rússia enviará navios ao Mediterrâneo para monitorar situação na Síria

O governo da Rússia enviará a partir de amanhã (5) três navios ao Mar Mediterrâneo. A decisão ocorre no dia seguinte de Israel e Estados Unidos fazerem exercícios militares na região com testes de mísseis. A iniciativa, segundo autoridades russas, de manter embarcações em alto-mar é para monitorar mais de perto a situação na Síria.

Os três navios partirão para o Mediterrâneo a partir dos portos de Novorossiysk, Priazovie e Minsk. Na segunda-feira (2), autoridades russas informaram que havia necessidade de reforçar o esquema de segurança na área, em meio à ameaça de intervenção militar por parte dos Estados Unidos à Síria.

Ontem (3), israelenses e norte-americanos fizeram testes com o lançamento de mísseis no Mar Mediterrâneo, segundo militares da Rússia. O objetivo do exercício militar foi testar o míssil Ankor, que é um sistema do tipo radar.

Os testes com mísseis ocorrem no momento em que os Estados Unidos anunciaram a decisão de promover uma intervenção militar na Síria, depois das denúncias de uso de armas químicas que causaram a morte de cerca de mil civis, inclusive crianças e adolescentes. A decisão norte-americana conta com o apoio de Israel, do Reino Unido e da França.

Esta matéria foi originalmente publicada pela Agência Brasil