Os Chachapoyas escavaram uma gruta no topo de um penhasco para colocar os corpos de seus antepassados com uma vista privilegiada
Como parte da curiosa e decorativa cultura Chachapoya, no Peru, existem nas encostas de um penhasco na Cordilheira dos Andes amazônico, ao norte do país, a 2.702 metros de altura, um grupo de sarcófagos de 1.000 anos de idade. Eles medem até dois metros de altura e são chamados Purunmachos, que significa velhos mortos.
Os Purunmachos são utilizados exclusivamente para enterrar os mortos e fazem parte do complexo arqueológico de Chipuric, localizado no caminho para Cruzpata na província de Luya, limite de Cajamarca, no norte do Peru. Também são conhecidos por sarcófagos de Karajía – penhasco que leva seu nome -, informa o Patrimônio Monumental e Cultural da Nação.
Foram estudados em 1985 pelo arqueólogo peruano Federico Kauffman Doig.
Os Chachapoyas escavaram uma gruta no topo de um penhasco para colocar os Purunmachos em uma posição privilegiada.
Os túmulos são feitos de pequenas pedras unidas com uma mistura de barro e palha. Na parte externa apresentam várias camadas de pintura, destacando-se o ocre vermelho e o branco esfumaçado do rosto. Cada um tem características diferentes nos olhos, boca e roupas. Originalmente, todos usavam um crânio como uma coroa que lhes conferia certo status.
Possuem uma cabeça e busto compactos e uma cápsula funerária. Em seu interior há um único indivíduo envolto em pele de animal, em posição fetal ou de cócoras, coberto com lençóis de algodão e amarrado com plantas ou cordas, olhando para a frente. Alguns pertences acompanham o morto no que se acreditava ser a sua viagem para o além.
Cinco dos sarcófagos de Karajía são bastante semelhantes, mas a 30 metros há um sexto túmulo, muito diferente, danificado devido a contínuas profanações.
Os sarcófagos pré-incas conhecidos até agora originaram-se na metade do primeiro milênio nas áreas montanhosas. O arqueólogo Kauffman acredita que surgiram ao final da cultura Tiahuanaco-Huari, possivelmente como um projeto do Estado devido ao crescimento populacional.
O local escolhido na cordilheira evita danos causados pela umidade e é um local visível mas ao mesmo tempo fora do alcance de depredadores.
Como parte da cultura Chachapoya há também o Revash, local onde existem mausoléus que guardam muitos corpos. Há sarcófagos menos conservados em outras partes da região dos Chachapoyas, como Solmal, Yambata, Chipurik e Tingorbamba.
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