Um jovem vivo com órgãos sendo retirados à força, uma criança que chora ao segurar os restos mortais dos pais e um homem que combate uma nevasca em Nova York para protestar a favor dos Direitos Humanos na China. Cenas como essas parecem fazer parte da ficção, mas são reais para mais de 100 milhões de praticantes de Falun Dafa, meditação que teve origem no país asiático e perseguida pelo Partido Comunista Chinês (PCCh).
Essas e outras cenas impactantes foram representadas em 22 pinturas realistas e hiperrealistas produzidas por 18 artistas da Academia de Artes Fei Tian – sediada em Nova York – ficam em cartaz até o dia 25 de outubro na PUC Campinas. Com o título Exibição Internacional de Arte: Verdade, Benevolência e Tolerância’, os três principais pilares dessa prática de meditação, a exposição tem como tema central a abordagem da repressão aos praticantes de Falun Dafa.
A perseguição teve início em 1999. A partir desse período cerca de 100 milhões de praticantes da meditação foram torturados, exilados, mortos ou presos em campos de concentração. O grupo de artistas decidiu utilizar a pintura como forma de comunicar ao mundo o que acontece em uma das maiores potências globais.
Luiz Gilberto Maia, vice-presidente da Associação Falun Dafa do Brasil, comenta sobre a importância de entender a relação com a China além dos aspectos econômicos. “Em um momento em que o Ocidente encontra-se cada vez mais ligado à China, é preciso estar atento ao novo sócio nesse recente cenário da globalização mostrando que nem tudo caminha bem na China e é justamente neste ponto – como muitas vezes na história – que os artistas buscam ser a voz da consciência”.
O estudante do 2º ano do curso de História da PUC Campinas, Renan Aranha, disse estar chocado com as imagens realistas que compõem o acervo. “Como é possível em pleno século 21 a mídia a nível mundial não se mover para tentar cessar essa perseguição?”. Assim como a maioria dos estudantes presentes no espaço, Renan nunca tinha ouvido falar sobre as violações aos Direitos Humanos dos praticantes de Falun Dafa.
A perseguição do Partido Comunista Chinês (PCCh) às religiões e aos caminhos espirituais não era novidade para o estudante Cristiano Martins. “Sabia sobre a perseguição na China aos católicos, mas não imaginava que era tão abrangente assim. O quadro do homem protestando no frio, sem medo, foi o que mais me causou impacto sobre essa realidade que não conhecia”, releva o visitante.
Para a coordenadora do Museu Universitário da PUC-Campinas, profa. dra. Janaína Camilo, a abertura da exposição complementa o debate de diferentes temáticas. “Essa exposição fala sobretudo a respeito da esperança e da tolerância. Ela não fala de aceitar, mas sim de tolerar e ser benevolente, princípios defendidos pela PUC. Nós, do Museu Universitário, respeitamos as verdades e temos um grande prazer em receber essa impactante exposição internacional”.
Acesse o site oficial da Exibição Internacional de Arte: Verdade, Benevolência e Tolerância e conheça toda a história por trás das obras.
“Exibição Internacional de Arte: Verdade, Benevolência e Tolerância”
Até dia 25 de outubro
De segunda a sexta-feira, das 9h às 21h
PUC Campinas (Museu Universitário)
Galeria de Artes do CLC (Prédio H7 – Campus I)
Entrada é franca.
*Fechada nos dias 14 e 15/10.