PT, Planalto e Lula em pânico com testemunho de Vaccari à PF

05/02/2015 12:48 Atualizado: 05/02/2015 12:48

O cerco da Polícia Federal ao tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, conduzido hoje (5) para prestar depoimento, abala os alicerces do poder, porque ele era o operador do partido no esquema de corrupção da Petrobras e tinha ligações diretas com o doleiro Alberto Youssef e com o ex-diretor Renato Duque, um dos chefes da quadrilha da estatal. Já divulgamos que as relações entre Duque e Vaccari se tornaram tão fortes e íntimas que o tesoureiro do PT tornou-se convidado especial do casamento de uma das filhas do ex-diretor da Petrobras.

No PT, no Planalto e no Instituto Lula, o clima é de pânico, porque Vaccari é hoje uma espécie de homem-bomba. Se aceitar a delação premiada, abrirá o caminho que fatalmente conduzirá ao envolvimento direto do governo e do PT no esquema de corrupção para eternizar o partido no poder.

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A situação se complicou muito em janeiro, quando a própria Petrobras, em auditoria interna, confirmou a participação direta de Duque como um dos principais integrantes da quadrilha que se formou na estatal. Vaccari então entrou em desespero, porque sabe que não tem como escapar da Justiça. Como possui dupla cidadania, pensou em fazer como Henrique Pizzolato e fugir para a Itália, mas há dois meses estava sob permanente vigilância de agentes da Polícia Federal.

Tudo depende de Vaccari

Na verdade, o futuro do PT, do ex-presidente Lula e de sua sucessora Dilma Rousseff, tudo depende diretamente de Vaccari, e as informações são de que ele está cada vez mais deprimido. Em sua última aparição pública, num congresso do PT, estava arrasado. Dizia não ter feito nada errado, embora sua biografia esteja toda emporcalhada desde quando presidiu a Cooperativa dos Bancários de São Paulo. Na época, deixou de construir imóveis para os sindicalizados e preferiu erguer o prédio de luxo no Guarujá, para abrigar a família Lula num triplex de apenas R$ 47 mil e outros dirigentes do PT e da CUT em apartamentos mais modestos, digamos assim.

Vaccari sabe que tem um encontro marcado com a cadeia, porque já responde a processo pelas irregularidades na Cooperativa, que presidiu entre 2004 e 2010. Segundo a denúncia do Ministério Público, ao invés de aplicar o dinheiro para erguer apartamentos, Vaccari desviava recursos para contas bancárias de seus diretores e para abastecer o caixa 2 de campanhas do PT, incluindo a que levou Lula ao segundo mandato. No processo, Vaccari é réu por estelionato, formação de quadrilha, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro. Com esse currículo, foi escolhido para cuidar das finanças do PT. O homem certo no lugar certo, como se dizia antigamente.

Até no mensalão

Vaccari escapou por pouco de ser incriminado no processo do mensalão, esquema do qual ele participou cobrando propinas, no período em que exerceu a função de administrador informal da relação entre o PT e os fundos de pensão das empresas estatais, além de bancos e corretoras.

Com essa já alentada folha corrida, se não fizer delação premiada Vaccari pode se transformar numa nova versão do publicitário Marcos Valério, que acabou pegando a pena maior pelos crimes do mensalão, enquanto os chefes da quadrilha eram punidos sem maior rigor.

Portanto, Vaccari pode detonar todo o conluio de perpetuação do partido no poder, além de acelerar o consequente impeachment da presidente Dilma. E, com toda certeza, outros importantes petistas serão atingidos, como José Dirceu, que também chefiava a quadrilha da Petrobras, José Genoino, que à época era presidente do partido, e Delúbio Soares, que era tesoureiro antes de Vaccari.

Editado por Epoch Times