Psicóloga analisa o vício ao Facebook e às mídias sociais

26/08/2013 13:22 Atualizado: 04/09/2013 23:18
Psicóloga analisa o vício ao Facebook e às mídias sociais (Leon Neal/AFP/Getty Images)
Psicóloga analisa o vício ao Facebook e às mídias sociais (Leon Neal/AFP/Getty Images)

Assim como tomar drogas pode desencadear a liberação de dopamina no cérebro, receber e responder a notificações do Facebook pode colocar os usuários num circuito neurológico de busca e obtenção de prazer. Os princípios da dependência se aplicam.

A psicóloga Susan Weinschenk explicou num artigo de 2009 que o neurotransmissor dopamina não leva as pessoas a experimentar prazer, mas provoca um comportamento de busca. “A dopamina nos leva a querer, desejar, buscar e pesquisar”, escreveu ela. É o sistema opioide que faz a pessoa sentir prazer. A dopamina (querer) e os opioides (gostar) são complementares, disse ela, citando Kent Berridge.

No entanto, “o sistema da dopamina é mais forte do que o sistema opioide”, explicou ela. “Buscamos mais do que estamos satisfeitos.”

Então, como é que as mídias sociais alimentam o circuito da dopamina?

“Com a internet, Twitter e mensagens de texto, agora temos gratificação quase instantânea do nosso desejo de busca. Quer falar com alguém imediatamente? Então, envia-se um texto e ele é respondido pouco depois. Quer procurar alguma informação? Basta digitá-la no Google. Que tal ver o que seus amigos estão fazendo? Vá ao Twitter ou ao Facebook. Entramos num ciclo induzido de dopamina … a dopamina nos impele a buscar, então somos recompensados pela busca, o que nos faz buscar mais. Torna-se cada vez mais difícil parar de verificar o e-mail, enviar mensagens de texto, checar nossos telefones celulares para ver se temos uma nova mensagem”, explicou ela.

Certas pessoas são mais propensas a serem envolvidas no circuito de dopamina do Facebook.

Personalidades suscetíveis de se viciarem no Facebook

Um artigo de maio de 2012 no Medical News Today (MNT) apresentou a pesquisa da Dra. Cecilie Andraessen da Universidade de Bergen (UiB), na Noruega, e de seus colegas.

Anderaessen explicou que pessoas extrovertidas ou mais neuróticas são mais propensas a se tornarem viciadas no Facebook. Pessoas conscientes, pessoas que são mais organizadas e ambiciosas, têm menos probabilidade de se tornarem viciadas.

“Também descobrimos que pessoas que são ansiosas e inseguras socialmente usam mais o Facebook do que aqueles com pontuações mais baixas nessas características, provavelmente porque aqueles que são ansiosos acham mais fácil se comunicar via mídia social do que cara-a-cara”, disse a Dra. Andreassen ao MNT. Pessoas que são mais viciadas no Facebook também tendem a ir para a cama mais tarde e a se levantarem mais tarde, segundo pesquisa da Andraessen.

Os cientistas noruegueses desenvolveram uma escala para avaliar o vício no Facebook, chamada de Escala Bergen de Apego ao Facebook. Eles pediram a participantes do estudo que se classificassem numa escala de 1 a 5 em seis critérios.

(1) Muito raramente; (2) Raramente; (3) Às vezes; (4) Frequentemente; e (5) Muito frequentemente

1. Você gasta muito tempo pensando sobre o Facebook ou planejando como usá-lo.
2. Você sente vontade de usar o Facebook cada vez mais.
3. Você usa o Facebook para esquecer os problemas pessoais.
4. Você tentou reduzir o uso do Facebook sem sucesso.
5. Você fica inquieto ou agitado se é proibido de usar o Facebook.
6. Você usa tanto o Facebook que isso afeta negativamente o seu trabalho/estudo.

Veja aqui outro questionário menos sério que ajuda a determinar o nível de apego ao Facebook.