O provável próximo líder chinês Xi Jinping cancelou de repente uma reunião com a secretária de Estado norte-americana Hillary Clinton devido a razões não especificadas em 5 de setembro.
Menções sobre a ausência de Xi Jinping causaram ondulações nas mídias sociais chinesas, com maior destaque no serviço de microblogue Sina Weibo. Pesquisas por seu nome foram restritas e as autoridades aparentemente apagaram algumas postagens sobre o assunto que foram feitas, por exemplo, pela página da Forbes no China Weibo.
Xi Jinping disse ter machucado suas costas e informou a Clinton na noite de terça que não poderia encontrar-se com ela. Ele também cancelou outras reuniões, incluindo uma com o líder Lee Hsien Loong da Cingapura e outra com diplomatas russos, segundo o Wall Street Journal.
Especialistas sobre a China tomaram conhecimento do cancelamento e julgaram-no sem precedentes.
Shi Yinhong, especialista nas relações EUA-China da Universidade Renmin em Pequim, disse que tal cancelamento repentino nunca aconteceu na história das relações China-EUA, “mesmo na era de Mao Tsé-tung”.
O Ministério das Relações Exteriores chinês disse à mídia para não fazer “suposições arbitrárias” sobre o motivo de Xi Jinping não se encontrar com Clinton.
Xi Jinping é o atual vice-presidente da República Popular da China, mas é praticamente certo que assumirá a liderança do Partido Comunista Chinês (PCC) no 18º Congresso Nacional do PCC programado para o fim deste ano.
Clinton visita a China como parte de uma turnê de duas semanas pela Ásia, com seu foco principalmente nas disputas territoriais nos mares do Leste e Sul da China.
A China tem se rivalizado com o Japão, o Vietnã e as Filipinas sobre várias ilhas rochosas nas duas regiões que teriam grandes quantidades de petróleo e gás natural.
Clinton reuniu-se com o atual líder chinês Hu Jintao na quarta-feira e com o ministro das Relações Exteriores Yang Jiechi na terça-feira. Todo o tempo, a mídia estatal chinesa criticou a secretária de Estado norte-americana por tentar intervir nos mares do Sul e do Leste da China, acusando-a de interferir nos assuntos de outros países.
Os Estados envolvidos nas disputas territoriais devem criar um “código de conduta”, reiterou Clinton nesta quarta-feira.
O interesse dos Estados Unidos “é na manutenção da paz e da estabilidade, no respeito pelo direito internacional, na liberdade de navegação e no livre comércio legal”, disse ela, segundo uma transcrição. Ela sustentou que os Estados Unidos não tem nenhuma posição sobre as concorrentes disputas territoriais.