Província de Guangdong anuncia intenção de terminar campos de trabalhos forçados

02/02/2013 15:03 Atualizado: 02/02/2013 15:03
Prisioneiros são escoltados por uma policial num dia comum numa prisão em Nanjing em 2005 (STR/AFP/Getty Images)

Após relatórios no início de janeiro de que a China interromperá seu sistema de trabalho forçado, a província de Guangdong, às vezes chamada de a vanguarda da reforma do novo líder chinês Xi Jinping, anunciou na segunda-feira que acabará com o sistema de reeducação pelo trabalho neste ano.

Yan Zhichan, diretor do Departamento de Justiça de Guangdong, disse em 28 de janeiro que Guangdong fez preparativos e interromperá o sistema de reeducação pelo trabalho forçado este ano, após o plano nacional de reforma ser aprovado pelo Comitê Permanente do Congresso Nacional Popular em março.

De acordo com o Diário Metropolitano do Sul, Yan Zhichan disse que uma vez que o sistema seja abolido, as instituições de reeducação não mais admitirão novos detentos e os detidos nos campos serão libertados após cumprirem seus termos.

Guangdong é a primeira província a declarar um calendário e detalhes de como o plano será implementado desde que Meng Jianzhu, o novo chefe do Comitê dos Assuntos Político-Legislativos (CAPL), o maciço aparato de segurança do regime comunista chinês, afirmou no início de janeiro que o sistema de campos de trabalho forçado da China seria interrompido ou reformado.

Os campos de concentração do regime têm sido amplamente criticados. Os números divulgados pelo Ministério da Justiça em outubro de 2012 indicam que 60 mil pessoas estariam presas em mais de 300 instalações em todo o país, embora especialistas afirmem que estes números são extremamente subestimados. Hu Xingdou, um estudioso de Pequim, calcula o número de pessoas ilegalmente privadas da liberdade em 350 a 750 mil, dizendo que há entre mil a 2 mil pessoas detidas em cada instalação. Outras estimativas indicam milhões de pessoas e a falta de transparência do Partido Comunista Chinês dificulta qualquer estimativa definitiva.

Suicídios

De acordo com analistas, o anúncio inicial feito em 7 de janeiro por oficiais chineses sobre o fechamento dos campos de trabalhos forçados na China enviou ondas de choque pelas fileiras do CAPL, cujos oficiais podem perder não apenas uma fonte lucrativa de receita, mas também temem serem responsabilizados pelos crimes que cometeram.

Nos dias após o anúncio, surgiram relatos de dois oficiais da segurança pública que cometeram suicídio.

Qi Xiaolin, vice-chefe de polícia na província de Guangdong, matou-se em 8 de janeiro.

A mídia dissidente chinesa Boxun informou em 28 de janeiro que fontes lhes revelaram que o suicídio de Qi Xiaolin estava relacionado ao incidente de censura do editorial de Ano Novo do periódico Semanário do Sul e aos protestos que se seguiram.

Segundo a fonte, Qi Xiaolin era o chefe de polícia da Secretaria de Segurança Nacional de Guangzhou. Quando o incidente no Semanário do Sul desencadeou o apoio público de mais de mil pessoas, Qi Xiaolin recomendou a seus superiores a prisão de 10 a 20 pessoas para serem enviadas para campos de trabalho. Mas sua sugestão foi recusada pelo gabinete de Xi Jinping e uma mensagem foi passada às autoridades de Guangzhou por meio do CAPL para não mandar ninguém para trabalho forçado.

A fonte disse ao Boxun que Qi Xiaolin era relativamente linha-dura em suprimir dissidentes ao longo dos anos, mas quando Xi Jinping assumiu a liderança, isso sinalizou uma mudança de curso. Após a rejeição do pedido de Qi Xiaolin de suprimir os manifestantes, ele foi criticado por seus superiores. Então, veio o suicídio.

Em 9 de janeiro, Zhang Wanxiong, chefe-adjunto de justiça do Tribunal Popular do distrito de Liangzhou, na cidade de Wuwei, província de Gansu, também cometeu suicídio pulando de uma janela do sexto andar do tribunal.

Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas.

Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT

Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT

Nota do Editor: Quando o ex-chefe de polícia de Chongqing, Wang Lijun, fugiu para o consulado dos EUA em Chengdu em 6 de fevereiro, ele colocou em movimento uma tempestade política que não tem amenizado. A batalha nos bastidores gira em torno da postura tomada pelos oficiais em relação à perseguição ao Falun Gong. A facção das mãos ensanguentadas, composta pelos oficiais que o ex-líder chinês Jiang Zemin promoveu para realizarem a perseguição ao Falun Gong, tenta evitar ser responsabilizada por seus crimes e continuar a campanha genocida. Outros oficiais têm se recusado a continuar a participar da perseguição. Esses eventos apresentam uma escolha clara para os oficiais e cidadãos chineses, bem como para as pessoas em todo o mundo: apoiar ou opor-se à perseguição ao Falun Gong. A história registrará a escolha de cada pessoa.