Milhares se manifestaram em várias cidades da China pedindo o boicote dos produtos japoneses, queimando bandeiras japonesas e danificando restaurantes japoneses e veículos depois que Tóquio deportou 14 ativistas chineses que desembarcaram numa ilha disputada no Mar da China Oriental na semana passada.
Estima-se que 1.000 e 5.000 pessoas participaram nas manifestações em Shenzhen, localizada na província de Guangdong. Os manifestantes foram inflexíveis que o regime chinês deve reivindicar o controle da China sobre as ilhas Senkaku, informou a agência de notícias japonesa Kyodo.
Taiwan também reivindica as ilhas rochosas e desabitadas, mas o Japão anexou-as formalmente no final do século 19. Após a 2ª Guerra Mundial, os Estados Unidos controlaram as ilhas até 1971, antes de passá-las ao controle do Japão.
No domingo, cerca de uma dúzia de ativistas japoneses de direita desembarcaram na maior das ilhas, chamado Uotsuri, o que provavelmente provocará mais protestos e estimulará a mídia estatal chinesa a escrever mais editoriais que a China deve reivindicar as ilhas, que são chamadas “Diaoyu” em chinês.
A mídia controlada pelo Estado publicou várias declarações emitidas pelo Ministério das Relações Exteriores da China que diziam que a China tem soberania sobre as ilhas.
Mas os protestos chineses podem ser uma faca de dois gumes para Pequim, que já implementou medidas para aumentar a segurança e prevenir que as demonstrações cresçam, visando “manter a estabilidade” antes da mudança da liderança chinesa no Comitê Permanente do Politburo programada para o fim deste ano, informou a Kyodo.
Centenas de policiais foram mobilizados em Chengdu, província de Sichuan, e censores removeram postagens em websites de mídia social que exigiam manifestações de protesto no domingo em Shanghai e Chongqing, disse a agência de notícias.
Em Shenzhen, os manifestantes quebraram as janelas de um restaurante japonês e atiraram garrafas em veículos. Carros de polícia fabricados no Japão também foram virados, informou a emissora japonesa NHK, que disse que cerca de 1.000 pessoas participaram nos protestos.
No domingo, legisladores japoneses de várias partes afirmaram que as ilhas Senkaku fazem parte do território do país, dizendo que o incidente mais recente em que ativistas japoneses desembarcaram nas ilhas é uma questão doméstica. Os manifestantes, segundo eles, não foram autorizados a ir lá e deixaram claro que eles não representam o sentimento do governo japonês.
Na sexta-feira passada, o Japão deportou 14 ativistas que partiram de um barco pesqueiro de Hong Kong na tentativa de fincar bandeiras chinesas numa das ilhas. Eles foram rapidamente detidos pela guarda costeira japonesa.