Protestos de junho de 2013 completam um ano

18/06/2014 20:06 Atualizado: 21/06/2014 17:55

Ontem e hoje, 17 e 18 de junho, está completando um ano das maiores manifestações sociais da nossa História. Verdadeiros swarmings. Multidões se constelaram nas ruas e praças de centenas de cidades do Brasil.

E as multidões se constelaram sem ter sido convocadas centralizadamente – os fatores desencadeadores, como a redução das tarifas de transporte ou os protestos contra a Copa das Confederações, são outra coisa: eles não causaram a movimentação, apenas gatilharam.

E as multidões se constelaram sem ter sido conduzidas, dirigidas, puxadas pelo nariz. Sem palanques e carros de som – como as centrais sindicais, que se prestam a cumprir o triste papel de correias de transmissão de partidos, tentaram fazer, malsucedidamente, no dia 11 de julho.

Mais de 80% da população apoiaram as manifestações sociais daqueles dias. Os candidatos a condutores de rebanhos ficaram atônitos, porque pensavam que tinham o monopólio do que chamam de “movimento de massa”. A chamada “classe política” ficou atemorizada e alguns se esconderam debaixo da cama naqueles dias. Ah!… aqueles dias!

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Depois, desgraçadamente, entraram em cena minúsculos grupos organizados e sectarizados tocando o terror. E aí o apoio popular foi pelo ralo, com razão. Grupos de autoproclamados anarquistas, mas sob forte influência da esclerosada esquerda marxista, quiseram nos ensinar que a única luta válida é contra o que chamam de capitalismo, contra os bancos, contra as multinacionais, contra o império norte-americano, Alckmin e Cabral – escolhidos muito seletivamente, pois Dilma e os governadores do PT foram excluídos da lista de inimigos.

Era para quebrar sedes dos bancos e das multinacionais, mas, sabem como é, acabaram também quebrando equipamentos públicos, pequenas lojas, bancas de jornais, semáforos, estações de metrô. Gente do crime organizado se meteu no meio e, pior, com conexões com parlamentares que se acham “revolucionários” – desses que apoiam a ditadura cubana, a ditadura chavista na Venezuela e qualquer outra ditadura que aparecer, desde que se declare contra o “grande satã”, o “império do mal”. Esses, porém, passarão.

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O fato é que a sociedade brasileira não é, e nunca será, mais a mesma depois dos eventos de junho de 2013. As instituições ainda não entenderam a mensagem e continuam achando que tudo aquilo foi assim uma tsunami sem explicação, uma singularidade, algo que não vai acontecer mais.

Enganam-se. Porque em sociedades altamente conectadas como a que vivemos, esses swarmings, que passarão para a história como os memoráveis 17-18J, não vão deixar de ocorrer. Mais cedo ou mais tarde eles voltarão. E cada vez com mais frequência. Podem apostar.

Augusto de Franco é escritor, palestrante e consultor

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