Protestos crescem vertiginosamente em Chongqing

17/06/2012 03:00 Atualizado: 17/06/2012 03:00

Um protesto de rua dos moradores de Wansheng, que eles chamam de ''dar um passeio'', em 1º de junho. (Imagem da internet)Grandes protestos contra a corrupção de oficiais locais continuaram em Chongqing pela semana passada, aumentando a instabilidade no ambiente político da megacidade desde a destituição de Bo Xilai, o ex-chefe do Partido Comunista Chinês (PCC) da região, ocorrida no início deste ano.

Em 7 de junho, a polícia reprimiu mais de 20 mil habitantes após um confronto em torno da rodovia Dayou nas proximidades da cidade de Shuanqiao. Mais de 700 manifestantes ficaram feridos e uma mulher grávida teria sido espancada até a morte, segundo a Rádio Som da Esperança.

É dito que os protestos estão relacionados à decisão de Bo Xilai de unificar dois distritos municipais enquanto ele ainda estava no poder. Moradores dizem que a ação afetou negativamente a economia, obrigando as empresas a cortarem numerosos benefícios dos trabalhadores.

Os residentes têm recorrido aos protestos de rua, que eles chamam de “dar um passeio”. Isso se tornou cada vez mais popular no distrito de Wansheng, onde as pessoas saem dia e noite para “passear” na Praça Ziru. Desde o final de maio, dezenas de milhares de residentes de Wansheng saíram para demonstrar sua desaprovação pela decisão das autoridades locais de fundir seu distrito com o município de Qijiang.

A polícia dispersou violentamente a multidão em 7 de junho, o que apenas desencadeou mais protestos. Em 11 de junho, a polícia levou os manifestantes presos e feridos para um local desconhecido. Um número de lojas no distrito de Wansheng foi fechado, com os proprietários unindo-se aos manifestantes. Em seguida, as autoridades locais ameaçaram os comerciantes com retribuição, segundo a Voz da América.

Hoang Qi, que administra o 4Tianwang, o primeiro website de direitos humanos da China, disse, “A China tem experimentado uma grande quantidade de protestos nos últimos dias, mas as manifestações de Wansheng são as maiores e as mais duradouras em pelo menos uma década.” Qi recomenda que as autoridades locais deixem os moradores escolherem sobre a fusão dos distritos.

Durante uma recente manifestação perto do Tribunal Distrital de Wansheng, as pessoas gritaram slogans pedindo a destituição do atual prefeito de Chongqing, Huang Qifan, e pelo retorno do distrito de Wansheng. Mais tarde, policiais uniformizados e à paisana com cassetetes cercaram os manifestantes e usaram gás lacrimogêneo contra a multidão.

Residentes do distrito próximo de Shuangqiao protestaram ao lado dos moradores de Wansheng, em parte para mostrarem sua solidariedade e em parte por medo de que seu distrito fosse fundido com o de Dazu, segundo a Sr. Wu, uma residente Shuangqiao.

Wu disse que a polícia espancou alguns dos manifestantes de seu distrito. O governo não respondeu ao apelo do público contra a fusão do distrito, ao invés disso, os manifestantes foram reprimidos com violência. “Algumas pessoas foram mortas e feridas”, disse Wu.

Desaparecidos

Segundo uma fonte, os manifestantes feridos que foram levados para tratamento no Hospital Popular no distrito de Wansheng não estavam mais lá. Funcionários do hospital disseram que eles foram levados pela polícia nas noites de 10 e 11 de junho. Outras fontes disseram que a polícia prendeu milhares de manifestantes nos últimos dias como parte de uma repressão generalizada. Eles também foram levados para um local não revelado na segunda-feira.

A Sra. Gao, uma residente local, disse que um de seus parentes desapareceu e lhe foi dito que ele foi preso. Gao disse que se preocupa com seu parente seja espancado, torturado ou que desapareça sem julgamento ou processo legal.

Um homem de Wansheng, que deu seu nome como o Sr. Yang, disse ao Epoch Times que as pessoas estão preocupadas com informantes da polícia à paisana entre os manifestantes que podem espalhar rumores para criar conflito entre os manifestantes e fomentar o caos.

A Sra. Gao disse que alguns policiais não atacariam os manifestantes, então, alguns altos oficiais contrataram prisioneiros de campo de trabalho trajados com uniformes da polícia em Wansheng na semana passada. Alguns deles tinham tatuagens de prisão, disse Gao.