Protestos aparecem enquanto a crise se aprofunda na Espanha

03/05/2012 03:00 Atualizado: 03/05/2012 03:00

Um homem assiste uma manifestação na Praça Puerta del Sol organizada por sindicatos contra os cortes financeiros na área da saúde e da educação em 29 de abril de 2012, em Madrid. (Pablo Dominguez Blázquez/Getty Images)Milhares de pessoas se manifestaram em toda a Espanha no domingo para protestar contra os cortes na saúde e educação, segundo relatos.

Os protestos ocorreram dias após a avaliação de crédito do país ser cortada pela Standard & Poors de A para BBB+, com ameaças de cair ainda mais se não forem implementadas medidas para melhorar sua situação econômica.

Em dezenas de vilas e cidades, espanhóis deram vazão a sua raiva sobre os austeros cortes, informou o jornal El Pais. Muitas pessoas gritavam, “Não se deve brincar com a educação e a saúde.”

Os organizadores disseram que entre 40-50 mil pessoas participaram em 50 manifestações diferentes, que foram organizadas pelos dois maiores sindicatos espanhóis, UGT e CCOO.

Ignacio Fernandez Toxo da CCOO disse ao El País que as manifestações, que são menores do que outras anteriores contra os austeros cortes, eram parte de uma “rebelião pacífica e democrática” que não parará até que os cortes sejam revertidos.

Toxo, em entrevista ao El Comercio, disse que, “deveria haver uma maior disposição para o consenso no governo para uma abordagem econômica, política e social que lide com esta fase da crise que é tão aguda”.

“Hoje, as pessoas estão cientes de que o problema fundamental é o emprego, e essa é a prioridade sobre qualquer outra alegação”, disse ele.

Em 20 de abril, o governo da Espanha aprovou reformas para regredir alguns elementos da assistência de saúde universal e cobrar taxas universitárias mais elevadas, entre outras reformas, para economizar cerca de 10 bilhões de euro (13 bilhões de dólares).

Este pacote de redução de custos veio seguido de outro de 27 bilhões de euros (35,8 bilhões de dólares) em cortes anunciado no orçamento de 2012 entregue em março.

No domingo retrasado, o primeiro-ministro Mariano Rajoy novamente abordou a necessidade do país de reformas, dizendo que iriam “reescrever a história” para tornar a Espanha mais próspera, informou El Confidencial. Medidas de austeridade, disse ele, são “positivas, necessárias e mais requeridas do que nunca”.

A taxa de desemprego da Espanha tem subido nos últimos meses para 24,4%, com cerca de 5,6 milhões de pessoas sem trabalho, os níveis mais altos desde 1996.

Candido Mendez, o chefe do sindicato UGT, disse que o governo Rajoy tem “feito o oposto de tudo o que disse” no passado. Ele acrescentou que Rajoy recusou se reunir com os sindicatos, “porque não sabem o que dizer” para abordar a crise, segundo El Confidencial.