O governador Tarso Genro declarou-se contrário a quaisquer leis, sejam municipais, estaduais ou federais que visem a proibir o uso de máscaras em “protestos”. Ora, para que não esqueçamos de certas definições consensuais numa sociedade civilizada: protesto se faz em passeatas ou concentrações, erguendo cartazes e faixas, proferindo discursos e refrões, subindo num banquinho ou carro de som, usando megafone. Protesto se faz mostrando a cara. Malfeitor mascarado é bandido, assaltante. Se é apenas manifestante e usa máscara, é covarde. Tem vergonha do que faz.
Mas voltemos ao governador. Disse ele, referindo-se ao projeto aprovado pela Câmara de Vereadores da capital gaúcha: “Essa lei não tem nenhuma função ou objetivo”. Mas como não, governador? Função – permitir a identificação de quem cometer crimes. Objetivo – reduzir a destruição de patrimônio público e privado, bem como proteger a integridade física de policiais e transeuntes.
Como não poderia deixar de ser, invocou ele o velho chavão esquerdista usado sempre que ocorre alguma reação frente a atos de selvageria praticados por grupos descontrolados: “A lei (contra o uso de máscaras) criminaliza os movimentos sociais”. É dose! Onde o ilustre ex-ministro da Justiça foi buscar a ideia de que crime cometido por muita gente deixa de ser crime? Em que alfarrábio Tarso encontrou uma definição de movimento social na qual se enquadrem os black bloc, os incendiários de ônibus, os arrastões em estabelecimentos comerciais?
A relação do PT com a impunidade já ultrapassou todos os limites do descaramento. Se é companheiro, se pega junto, se vota com a gente, pode tudo. E mais um pouco.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no portal de Percival Puggina