RIO DE JANEIRO – Policiais militares usaram bombas de efeito moral, balas de borracha, spray de pimenta e gás lacrimogênio contra 3.120 pessoas que protestavam desde as 18h da noite desta quinta-feira (4) em frente à residência do governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral Filho, à esquina da Rua Aristides Espínola com a Avenida Delfim Moreira, na orla do Leblon, zona sul da cidade. Enquanto a polícia atacava, a iluminação pública e câmeras da CET-Rio foram desligadas e helicópteros faziam voos rasantes.
Fugindo em direção ao Arpoador, alguns manifestantes incendiaram cones e lixeiras. A maior parte reocupou pacificamente a Aristides Espínola, já na esquina com a Avenida Ataulfo de Paiva, próximo à famosa Pizzaria Guanabara, mas resolveu dispersar após a saída da imprensa do local, às 3h30 desta madrugada, bradando “Amanhã vai ser maior”. Seis pessoas foram detidas e pelo menos outras sete ficaram feridas.
Polícia Militar e manifestantes divergem sobre o estopim, iniciado às 22h30. A corporação afirma que iniciou a repressão após pedras terem sido atiradas contra policiais e edifícios. Em entrevista à MídiaNinja, do PósTV, Luiza Dreyer, 22 anos, que participou do Ocupa Delfim, disse que ninguém viu janela quebrada e criticou a ação violenta da polícia. A informação é confirmada pelos observadores da Comissão de Direitos Humanos da Ordem dos Advogados do Brasil (CDH-OAB), cuja primeira avaliação é de que um carro teria sido danificado por uma bomba lançada pela própria polícia.
Manifestantes foram perseguidos pelas areias do Leblon por soldados do Choque encapuzados e sem identificação. A operação terminou também com um luau que ocorria na altura do Posto 10, onde foram todos deitados e revistados, com o rosto colado na areia e sob a mira de armas. Segundo o advogado Gustavo Proença, da CDH-OAB, antes de serem encaminhados à delegacia, protestantes teriam sido interrogados dentro de vans pretas sem visibilidade, o que é ilegal. Procurada duas vezes pelo Epoch Times, a PM não se manifestou.
De acordo com advogados da Comissão de Segurança Pública da OAB e do Instituto de Defensores dos Direitos Humanos (IDDH), em plantão no local, um manifestante ficou ferido por estilhaços de bomba em todo o corpo e foi atendido no Hospital Miguel Couto, no Leblon. Segundo a PM, quatro policiais militares ficaram feridos, dois com gravidade, um tendo levado uma pedrada na cabeça e outro no olho.
Dentre os detidos e encaminhados à 14ª DP (Leblon), três foram liberados nesta madrugada por falta de provas e outros dois responderão em liberdade a alegação de lesão corporal, por arremesso de pedras contra policiais, segundo a PM. Um dos detidos, por porte de maconha, não participava da manifestação, e outro o apenas foi por não portar documento.
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