Proposta entre Brasil e Colômbia visa preservar tubarão na CITES

06/03/2013 19:09 Atualizado: 07/03/2013 15:14
Tubarão de galha-branco oceânico (OldakQuill/Wikimedia Commons)
Tubarão de galha-branca oceânico (OldakQuill/Wikimedia Commons)

Uma proposta feita pelos governos brasileiro e colombiano e co-patrocinada pelos Estados Unidos quer incluir o tubarão galha-branca oceânico (Carcharhinus longimanus) no Anexo II da Convenção sobre Comércio Internacional das Espécies da Flora e Fauna Selvagens em Perigo de Extinção (CITES).

O Anexo II da CITES inclui espécies que ainda não estão ameaçadas de extinção, mas caso não haja controle na comercialização, podem se tornar ameaçadas.

O principal motivo de tal preocupação é a superexploração da espécie pelo setor pesqueiro devido ao alto preço de sua barbatana.

“As barbatanas de tubarão são valiosas no comércio internacional (valor no atacado: R$ 18-35/kg) para utilização em comidas e iguarias populares”, informou o comunicado divulgado pelo United States Fish and Wildlife Service – unidade do Departamento do Interior dos Estados Unidos da América dedicado a preservar a vida selvagem.

O comunicado aponta que as barbatanas do tubarão dessa espécie são as mais comuns encontradas no mercado. “No ano 2000, estima-se que 600 mil tubarões galha-branca oceânicos foram comercializados globalmente no comércio de barbatanas”.

A adoção desta proposta requer dois terços de votos favoráveis na reunião da 16ª Conferência das Partes (COP16).

“O tubarão galha-branca havia sido incluído na lista de espécies ameaçadas do Brasil, mas foi retirado por causa de pressões do setor pesqueiro”, disse Flávio Lima, biólogo e pesquisador colaborador da Unicamp, que trabalha há 20 anos com peixes.

Flávio participou da reunião em Brasília em que foi decidido que esta espécie ainda seria pescada na costa brasileira. O ponto de vista de muitos cientistas foi contrário à retirada do peixe da lista das espécies ameaçadas de extinção. Entretanto, o cientista que melhor conhece a espécie no Brasil, e tem como negócio familiar a maior companhia de pesca oceânica do nordeste do país, foi a favor da retirada do tubarão da lista e sua opinião prevaleceu.

“Daqui a pouco, não vai existir mais nenhum [tubarão] para contar estória, essa é a verdade”, completou.

A CITES, da sigla em inglês ‘Convention on International Trade in Endangered Species of Wild Fauna and Flora’, é um acordo internacional assinado por 176 nações com o objetivo de debater alternativas para reduzir os problemas causados pelas extinções em massa e perda de biodiversidade  no mundo. Esta é a 40ª edição da CITES.

As Partes da CITES se encontram a cada dois ou três anos em uma Conferência das Partes (COP). Desde o início da semana em Bangcoc, na Tailândia, está ocorrendo a 16ª Conferência das Partes (COP16). A conferência termina dia 14 de março.

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