Universidade de pequena província argentina, sem hidrocarbonetos nem rios caudalosos, busca independência energética por meio do uso dos ventos
A Universidade Nacional de San Luis tem desenvolvido um projeto ambicioso para cobrir uma porcentagem de seu consumo elétrico por meio do desenvolvimento da energia eólica.
San Luis, uma província que depende inteiramente do fornecimento de energia, poderia suprir 15% de sua demanda com um parque eólico que será construído em La Carolina, a 83 km da capital provincial.
Um grupo de engenheiros preocupados com a dependência energética da província nos últimos anos começou a desenvolver esta proposta, que tem sido transformada numa realidade cada vez mais concreta. Entre especialistas e empresários, o programa também foi apresentado em 12 de julho no evento internacional “Argentina Eólica” na cidade de Buenos Aires.
“Desde que geraram o mapa eólico da província de San Luis há quatro anos, tem havido na mesma universidade um movimento sobre energia renovável”, disse o engenheiro Valentin Stefanini ao Epoch Times. “Na capital de San Luis já se criou uma ‘tecnicatura’ em energia renovável e há um projeto de engenharia para gerar energia renovável”, acrescentou o acadêmico.
San Luis é uma pequena província de cerca de 400 mil habitantes localizada no centro-oeste da Argentina. O projeto visa demonstrar a viabilidade da instalação de parques eólicos com capacidade para produzir 40 megawatts na área de “El Amago”, perto de La Carolina.
“Escolhemos ‘El Amago’ porque com 22 quilômetros de extensão praticamente interconectaríamos o sistema da província e estaríamos em duas rotas muito importantes”, argumentou tecnicamente o acadêmico Mario Guidi.
Mais cultura ambiental
Acadêmicos da Universidade de San Luis assinalaram que alguns vizinhos não acreditam que serão capazes de gerar energia eólica. De acordo com a equipe de engenheiros, como formadores e educadores, isso se deve à falta de conhecimento ecológico e uma forma de promovê-la seria realizar atividades competitivas e desenvolver habilidades técnicas. “Quando fazemos um concurso uma pessoa é avaliada somente quanto ao conhecimento do assunto e não sobre sua cultura geral. E o que se está procurando é justamente que as pessoas tenham conhecimento em ecologia”, refletiu Daniel Bianchi, um membro do projeto.
“Isso significa que você deve ter uma vasta cultura, além de ser um professor na especialidade. E isso vem de cima para baixo”, argumentou Bianchi. Ele acrescenta que o sistema de ensino não está bem focado e que “é altamente direcionado para que uma pessoa seja um especialista e agora percebemos que o mundo atual requer um conhecimento do todo”.
“É fundamental trabalhar com as autoridades para que o professor seja aquele que não apenas dá suas aulas, mas que também transmite sua experiência, conhecimento e cultura e que seja capaz de transmiti-los”, conclui o engenheiro.
Segundo o engenheiro Daniel Nazario, a equipe destaca constantemente a importância da educação com base nestes valores e princípios. “Temos de educar e conscientizar as pessoas.”
Os mais preocupados e interessados em desenvolver este projeto são os mais jovens, acrescentou Stefanini Valentine. “Há um movimento entre os jovens mesmos que estão envolvidos e sensibilizados pelas alterações do meio ambiente.” O engenheiro observa com entusiasmo que “eles estão se certificando de que ‘os netos de seus netos’ possam viver em paz numa terra sem poluição”.
“Está se criando algo belo e esperamos seguir em frente”, disse Stefanini no final da exposição.
—
Epoch Times publica em 35 países em 21 idiomas
Siga-nos no Facebook: https://www.facebook.com/EpochTimesPT
Siga-nos no Twitter: @EpochTimesPT