Projecionistas chineses outrora pró-regime dizem que renunciarão ao PCC

20/06/2013 16:24 Atualizado: 20/06/2013 16:24
Praticantes canadenses do Falun Gong participam de uma parada para celebrar os mais de 100 milhões de chineses que renunciaram ao Partido Comunista Chinês (Epoch Times)

Depois do acúmulo de frustração com a falta de pensões e o resultado insatisfatórios de suas petições, numerosos projecionistas, que trabalharam por décadas promovendo filmes de propaganda pró-regime chinês, disseram que planejam renunciar a sua afiliação ao Partido Comunista Chinês (PCC).

Mais de 8 mil projecionistas, muitos deles membros do PCC, vivem em áreas rurais da província de Hunan, onde Mao Tsé-tung planejou suas atividades de guerrilha revolucionária antes de assumir o comando do PCC. Cerca de trinta anos atrás, esses aldeões costumavam viajar pelas cidades da região para exibir filmes de propaganda do Partido Comunista.

“Todos trabalhamos pelo Partido Comunista por mais de 30 anos; um décimo de nós já faleceu”, disse um projecionista sênior ao Epoch Times. “Essas pessoas dedicaram sua juventude ao Partido Comunista, mas não podem descansar em paz. Muitos disseram que abandonarão o partido.” Ele acrescentou que cerca de 5 mil dos projecionista chegaram a um acordo coletivo para sair do PCC publicamente e ir a Pequim em busca de reparação por maus tratos.

Como os tempos mudaram, os projecionista foram substituídos pela tecnologia que tornou seus empregos obsoletos. Forçados a retornar a suas aldeias, eles reassumiram os trabalhos da geração de seus pais como agricultores pobres, mas não receberam benefícios do Estado por suas décadas de serviço.

Os projecionista exigiram pensões como compensação por sua lealdade passada ao PCC. Dois mil projecionistas seniores pediram as autoridades locais em 14 de junho para cumprirem as leis de bem-estar do Estado, segundo o site ‘Defensores dos Direitos Humanos Chineses’.

Mas a recepção foi menos do que educada. “Nenhum funcionário nos recebeu”, disse um representante anônimo ao Epoch Times. “Estava tão quente naquele dia que mais de 40 peticionários idosos tiveram de ser levados para o hospital… As pessoas ficaram furiosas.”

Em vez disso, a polícia expulsou os peticionários e prendeu seis representantes-ativistas. Os seis foram mais tarde liberados e enviados para casa. Devido à resposta da polícia às petições e por causa da detenção de outro ativista local, os projecionistas decidiram abandonar o PCC. Projecionistas seniores planejam ir a Pequim para buscar reparação para suas queixas.

A chance de que Pequim pague as pensões é improvável, disse Tan, o diretor do Departamento Provincial de Cartas e Apelações, que afirmou numa entrevista incomumente franca que os problemas dos projecionistas só seriam resolvidos “se o Partido Comunista não mais existisse”.

Autoridades locais se ofereceram para pagar aos projetistas uma bolsa mensal de 500 a 600 yuanes (c. 80 a 97 dólares), mas eles rejeitaram a soma, dizendo que precisariam de pelo menos mil yuanes por mês, o que as autoridades também recusaram.

De acordo com pessoas informadas do caso, funcionários do Ministério da Segurança do Estado recentemente intervieram. Nos últimos dias, eles visitaram alguns representantes dos projecionistas para “conversar”. Seja lá que tipo de abordagem o PCC utilizou para dominar essas pessoas, eles não se atrevem mais a dizer coisa alguma por telefone ou reivindicar seus direitos.

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