Pela primeira vez este ano, a projeção mediana dos bancos para o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro ficou abaixo de 1%. Segundo o Boletim Focus, publicado nesta segunda-feira (21), a estimativa de alta caiu de 1,05% para 0,97%.
Para 2015, a estimativa para o PIB foi mantida em expansão de 1,50%, mas a da indústria caiu pela quarta semana consecutiva, de alta de 1,80% para 1,70%.
Esta foi a oitava semana seguida que os analistas cortaram suas expectativas em relação à expansão da economia brasileira. Para a produção industrial, por exemplo, a contração esperada é de 1,15% – há apenas um mês, a queda era de apenas 0,16%.
O pessimismo, segundo eles, tem fundamento: na semana passada, a Confederação Nacional da Indústria (CNI) informou que o índice de confiança do setor atingiu em julho o menor patamar desde janeiro de 1999. O indicador de produção de junho despencou para 39,6 pontos, de 48,4 em maio. Além disso, o próprio BC mostrou que o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br) teve contração de 0,18% em maio, ante abril, o que aponta atividade mais fraca no segundo trimestre.
O enfraquecimento da atividade também já afetou o mercado de trabalho, de acordo com números recém-divulgados. O Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) criou em junho 25,3 mil vagas no mês – o pior para os meses de junho desde 1998 e, como em maio, foi puxado pelo fechamento de 28,5 mil vagas na indústria. Em função da criação menor de vagas, o ministro do Trabalho, Manoel Dias, reduziu para 1,1 milhão a estimativa de novas vagas este ano. A estimativa anterior era de 1,4 milhão a 1,5 milhão de empregos novos.