Professores molestaram crianças por anos na China, mas preocupação dos pais é ignorada

14/08/2013 16:10 Atualizado: 14/08/2013 16:11
Seis alunas da escola elementar na província de Jiangxi, sudeste da China, foram infectadas com verrugas genitais depois de terem sido molestadas pelo professor (Weibo.com)
Seis alunas da escola elementar na província de Jiangxi, sudeste da China, foram infectadas com verrugas genitais depois de terem sido molestadas pelo professor (Weibo.com)

Um professor do ensino fundamental na província de Jiangxi, sudeste da China, foi demitido por molestar sexualmente de sete alunas, infectando seis delas com verrugas genitais. Mas quando os pais irritados pediram compensação às autoridades da cidade, eles foram informados que deviam ficar em silêncio.

A história foi revelada primeiramente pela revista Semanário Xinmin de Shanghai em 9 de agosto. De acordo com o artigo, seis das meninas eram alunas da segunda série, com idades entre oito e nove e da mesma turma numa escola primária na cidade rural de Ruichang, onde muitos pais trabalham fora da cidade e deixam os filhos sob os cuidados dos avós.

As vítimas disseram que o professor Tao Biaogong de 63 anos começou a tocá-las assim que elas entraram na primeira série. O abuso ocorreu na sala de aula, atrás da mesa de Tao ou na última fila, quando Tao colocava as mãos, muitas vezes sujas com giz, nas calcinhas das meninas. Tao também as chamou para seu escritório e pediu-as para esperar na fila para entrar para que pudesse “ajudar com a lição de casa”.

Uma das meninas disse ao Semanário Xinmin: “Às vezes, quando tínhamos autoestudo na sala de aula, o Sr. Tao me daria um tapinha nas costas e me fazia ficar em frente ao quadro-negro atrás de sua mesa, onde os outros não podiam ver nada. E colocava as mãos em minha calcinha.”

Ela acrescentou: “Uma menina se sentava na última fileira e ele ia direto tocá-la. Ninguém se atrevia a virar a cabeça para olhar.” As meninas disseram que Tao era selvagem como professor e usava varas de madeira para castigar os alunos. Ele frequentemente os advertia que não contassem a ninguém o que ele fazia.

Molestadas por dois anos

Os abusos teriam permanecido em segredo por mais tempo, se não fosse por uma mãe que percebeu que havia algo de errado com sua filha. Uma das meninas, Xiaoxia (um pseudônimo), visitou a mãe, a Sra. Jian, na cidade de Hangzhou, durante as férias de verão. Um dia, no início de julho, a mãe de Xiaoxia notou que a área genital da filha estava vermelha e inchada com verrugas.

Interrogada, Xiaoxia disse que seu professor a havia tocado. Mais tarde, um exame médico mostrou que a menina estava infectada com o vírus do papiloma humano (VPH).

A Sra. Jian logo descobriu que cinco outras meninas na turma da filha também foram vítimas e, pouco depois, revelou-se que elas também foram diagnosticadas com o VPH.

Depois que um ginecologista disse aos pais que o VPH tem alta taxa de recorrência e pode levar ao câncer cervical, os pais levaram seus casos às autoridades da cidade de Ruichang e pediram indenização.

A vice-prefeita e chefe do departamento de educação Jiang Xianzhi, no entanto, disse que tratou o caso responsavelmente removendo o professor e o diretor. Ela propôs dar 50 mil yuanes (US$ 8.168) aos pais de cada criança, muito menos do que eles esperavam.

Então, numa observação que despertou fúria na internet, ela acrescentou que, se ela fosse a mãe, ela “silenciosamente” tiraria o filho da escola e “não pediria ao governo um centavo sequer”.

Liu Kaiming, diretor do Instituto de Observação Contemporânea da China, julgou os comentários “extremamente descarados”. “Isto foi completamente irresponsável e reflete sua pobre supervisão. Ela deveria assumir responsabilidade em vez de se esquivar”, disse Liu à Rádio Som da Esperança.

“Como mulher e mãe, você deveria pelo menos proteger as mulheres e as meninas. Dizer isto demonstra a típica natureza do Partido Comunista Chinês e ausência de humanidade em você”, escreveu um internauta.

De acordo com o Diário de Shanghai, vários casos de abuso infantil, principalmente nas escolas primárias e secundárias, foram expostos na China este ano.

“O que está ocorrendo com nosso país?”, questionaram alguns internautas. “Os professores molestam e estupram alunas. Médicos enganam os pais e vendem seus bebês recém-nascidos. Juízes contratam prostitutas. Será que podemos salvar um país nestas condições?”

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