O incêndio que destruiu a Estação Antártica Comandante Ferraz do Brasil, danificou as investigações de maneira irrecuperável, de acordo com a Prof. Maria Virgínia Petry, do Programa de Pós-Graduação em Biologia da Universidade do Vale dos Sinos (Unisinos), no Estado do Rio Grande do Sul.
A professora, que trabalha com as investigações de aves marinhas e continentais da Antártica, disse que “o trabalho de nossos pesquisadores durante um ano foi perdido”, segundo o Terra.
Ela também disse que a perda dos dados coletados, cria uma lacuna entre na série temporal de investigações, causando uma quebra na sequência biológica dos fatores. Uma solução que a professora pensa é que as coletas de dados para a pesquisa sejam feitas em bases menores em barcos.
Outro pesquisador, o Prof. Jefferson Cardia Simões, coordenador-geral do Instituto Nacional de Pesquisas e Tecnologia da Criosfera e diretor do Centro Polar e Climático da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), disse que o incêndio pode ter danificado 40% do Programa Antártico Brasileiro (PROANTAR).
As perdas de equipamentos foram enormes e o professor pensa ultrapassarem dezenas de milhões de dólares.
“As áreas principalmente atingidas foram de biociência, algumas pesquisas sobre química atmosférica, monitoramento ambiental e principalmente sobre o impacto da atividade humana na região antártica”, disse Simões, segundo o Folha.com.
O Prof. Cardia Simões disse que as condições da estação eram satisfatórias, embora ainda estivessem muito longe do ideal, informou o Estado de São Paulo.
Ele acredita que vários fatores podem estar relacionados ao incêndio da Estação. É o caso do Navio de Apoio Oceanográfico Ary Rongel, que é essencial para as operações no continente. Ele foi encarregado de transportar um gerador de etanol.
Simões explicou ainda que há um barco cheio de combustível que naufragou próximo da Estação e as autoridades ainda não comunicaram oficialmente. Esses fatores podem ter provocado o incêndio, explicou o professor em entrevista ao Estado de São Paulo.
De acordo com relatórios da Marinha, o navio Ary Rongel, fornece o material, combustível e pessoal necessário à estação “Comandante Ferraz”, base permanente brasileira na Antártica, localizada na Ilha Rei George, além de fiscalizar e manter os quatro abrigos que tem o país nas Ilhas Shetland do Sul.
A Petrobras, a empresa privada Vale Soluções de Energia (VSE) e a Marinha do Brasil, segundo destacou a mídia Energias Renováveis, foram as responsáveis pela instalação de um gerador elétrico a partir de etanol na base brasileira Comandante Ferraz na Antártica.