O professor de Educação Física Artur Ricardo, idealizador do Tênis Solidário, explica por que decidiu inserir, desde março, noções de “Como não ser corrupto no Brasil” entre as disciplinas do projeto social que atende 44 crianças e adolescentes carentes de Pilares (Zona Norte do Rio) e região adjacente. Segundo Artur, o objetivo é fazer com que os alunos compreendam as consequências da corrupção no país. “Corrupção mata. Quando desviam verbas de um hospital ou constroem uma unidade de saúde que fica parada, sem funcionar, estão matando as pessoas”, explica.
Por meio de montagens teatrais ou debates sobre matérias jornalísticas, por exemplo, os participantes do projeto aprendem o que é uma obra superfaturada ou um suborno. “Pagamos impostos e não temos retorno. Aí está a corrupção. O dinheiro desviado vai fazer falta em algum lugar”, afirma Artur. O Tênis Solidário promove a inclusão social por meio do esporte, oferecendo aulas de tênis e de noções de etiqueta, português e inglês. Atualmente, existem cem interessados na fila para participar do projeto, que funciona há três anos. “Está dando certo porque não tem governo envolvido. Se tivesse, haveria atraso de pagamento, falta de material e outros problemas”, diz o professor, acrescentando que o projeto não aceita verba do poder público, se mantendo com doações de pessoas físicas e dos estabelecimentos da região, que contribuem com o material usado pelas crianças e até com o lanche.
Esse conteúdo foi originalmente publicado no portal do Instituto Millenium