Alguns produtos verdes não são realmente verdes

15/11/2013 18:40 Atualizado: 23/11/2013 15:24

Verdes, reciclados, biodegradáveis, palavras como essas são atraentes para consumidores ecologicamente corretos. Porém, em 29 de outubro, a Comissão Federal de Comércio (CFC) anunciou uma ação contra seis companhias que comercializavam um produto dizendo que este possuía mais virtude ambiental do que ele, de fato, possuía.

Por exemplo, a ECM Biofilms, uma empresa de Ohio que faz e comercializa bolas de MasterBatch, alegou que seu produto iria acabar com todos os tipos de plástico convencional “entre o período de nove meses a cinco anos em quase todos os aterros sanitários e outros lugares onde eles são despejados”.

Para o consumidor que se importa com a ecologia dos produtos, o MasterBatch oferece uma interessante solução. Porém, de acordo com Katherine Johnson, principal advogada no processo judicial da ECM, a empresa não pode realizar sua promessa.

“Nós determinamos que eles não têm evidencia científica para comprovar sua alegação de que os plásticos tratados com seu aditivo vão biodegradar em (um período de) nove meses a cinco anos, ou biodegradar em um aterro sanitário”, disse Johnson.

Johnson tem visto casos de empresas com boas intenções que acabam indo à falência, e outros exemplos de empresas que fazem uma propaganda exagerada sobre seus produtos. Porém, ela disse que as exigências do marketing não deveriam ser um mistério. Segundo a advogada, a maioria das empresas do mercado sabem sobre o Guia Verde da CFC.

Orientando as afirmações

Os Guias Verdes são projetados para ajudar os comerciantes a formular suas mensagens, e determinar se a sua propaganda corresponde ao que alegam. Emitido pela primeira vez em 1992, o guia deixa claro que termos como “compostáveis” e “amigos do ozônio” não são apenas termos para atrair consumidores, mas alegações que possuem requisitos rigorosos.

“Cada alegação que um comerciante faz, seja ambiental ou não, precisa levar em conta todas as possíveis interpretações que os consumidores possam ter”, disse Johnson.

No caso da ECM, no qual foi prometido que plásticos iriam se biodegradar em um período de tempo específico, há pouco para os consumidores interpretarem. No entanto, para as alegações gerais, tais como “verde” ou “ecologicamente correto”, os fabricantes são obrigados a justificar esses rótulos com benefícios ambientais específicos.

Em outubro, a CFC propôs alterações aos Guias Verdes para incluir novas orientações sobre o uso de certificações de produtos e selos de aprovação por comerciantes, bem como as alegações do uso de materiais e fontes de energia que são “renováveis” e “compensadores de carbono”.

De acordo com Johnson, alegações ambientais estão se tornando mais frequentes no mercado, porque os produtos verdes têm se tornado muito importantes para os consumidores. No site da CFC, consumidores podem aprender a como avaliar produtos que alegam ser ecológicos, e identificar supostos produtos verdes que podem parecer bons demais para ser verdade.

“No final do dia, a alegação de que algo iria biodegradar em um aterro sanitário em um curto período de tempo, especialmente coisas como plástico, deve ser olhada com algum ceticismo”, disse Johnson.