Já virou rotina nas datas comemorativas como Natal, Páscoa e Dia das Mães, as manchetes de jornais chamarem atenção para o peso dos impostos que incidem sobre os produtos típicos de cada época. Neste ano, a situação não é diferente: cerca de 50% do valor dos produtos consumidos durante o feriado da Semana Santa equivalem a impostos. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), em 2014, os tributos representam 38,53% do valor do ovo de Páscoa, 43,78% do bacalhau e 54,73% do vinho (veja tabela abaixo).
Mesmo com a elevada tributação sobre o consumo, o Brasil não entrega serviços públicos satisfatórios. Segundo recente pesquisa divulgada pelo IBPT, pela quinta vez consecutiva, o país é o último colocado no ranking do retorno dos tributos em serviços de qualidade. O Brasil tem Índice de Retorno de Bem-estar à Sociedade de 135,34, enquanto os Estados Unidos, país que ocupa a primeira posição no ranking, apresenta o melhor índice, de 165,78. O estudo avalia os 30 países com maior carga tributária em relação ao Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil fica atrás do Uruguai, 13º colocado, e da Argentina, 24º colocado.
João Eloi Olenike, presidente do IBTP, lamenta a distorção.”Não obstante o fato de figurar entre os 30 países de maior carga tributária no mundo, ao lado dos Estados Unidos, Dinamarca, Nova Zelândia, Argentina e Uruguai, o Brasil é o que oferece o pior retorno em serviços públicos como saúde, educação, segurança e transporte de qualidade”, conclui.
Essa matéria foi originalmente publicada pelo IMIL