A estagflação da China, ou seja, alta inflação e baixo crescimento, pode criar agitação social se continuar desta forma, segundo especialistas em economia chinesa. Em 14 de outubro, as manchetes em toda a China destacaram novos dados da Secretaria Nacional de Estatísticas, mostrando um aumento no índice de preços ao consumidor (IPC) e uma diminuição do índice de preços ao produtor (IPP).
O Dr. Frank Xie, que ensina administração na Universidade da Carolina do Sul–Aiken disse à Rádio Som da Esperança, “Um IPP em queda indica que a produtividade das empresas e indústrias da China está em declínio. O aumento do IPC não é de estranhar. Nos últimos seis meses, o Partido Comunista Chinês [PCC] parecia estar minimizando os números do IPC. Os IPCs publicados pelo governo chinês são muito diferentes dos publicadas por instituições não-governamentais. O governo intencionalmente diminui o IPC relatado para deixar espaço para imprimir mais moeda e promover planos de estímulos futuros.”
Frank Xie estima que se as atuais condições econômicas continuarem a pressão crescerá. Ele disse, “A taxa de desemprego pode aumentar após o 18º Congresso do PCC, porque de fato sabemos que o PCC deu ordens para que as empresas não demitam pessoas antes do Congresso […] é possível que a China experimente mais tumulto.”
Quanto aos preços atuais em ascensão e à estagnação do desenvolvimento industrial, Frank Xie comentou, “Desde que a crise econômica global começou em 2008, a política de estímulo da China de imprimir dinheiro e investir em larga escala na construção civil criou inflação. Quando olhamos para isso agora, por causa da fraca demanda interna da China, diminuição das exportações e investimentos repetitivos e desperdiçados em grande escala, a economia entrou numa fase de declínio e estagnação. Ela atingiu um pouso forçado. O PCC não tem como reanimar a economia. Ele só pode estimulá-la imprimindo mais dinheiro. Enquanto imprimem, eles também estão com medo de que estimulando a inflação estarão incitando a agitação popular, então, na realidade, eles estão numa situação em que não podem nem avançar nem recuar.”
Alguns especialistas não estão otimistas sobre a abordagem de imprimir mais dinheiro. Cheng Xiaonong, ex-assessor do líder chinês reformista Zhao Ziyang, disse ao Epoch Times que, para estimular a economia, o PCC já imprimiu o equivalente a 200% do PIB.
O comentarista econômico Caoan Jushi, também vice-presidente e CEO da Pan-America Capital, Inc., disse ao Epoch Times que a economia geral da China é flácida. Ele disse que há um consenso de que a economia da China está se esfacelando, o que levará eventualmente a um pouso forçado.
Caoan Jushi também disse que a China tem uma bolha imobiliária semelhante a que afetou o Japão de 1986 a 1991. “Alguns dados mostram que o valor total imobiliário de Pequim atingiu 180 trilhões de yuanes (28 trilhões de dólares). Segundo o relatório de 11 de junho de 2009 do Fed, o valor total dos imóveis estadunidenses no primeiro trimestre de 2009 é de 17,9 trilhões de dólares; em outras palavras, todas as propriedades imobiliárias dos EUA podem ser adquiridas com valores de propriedades imobiliárias de Pequim.”
Em setembro, o IPC da China aumentou 1,9% em relação ao ano passado. Dentro desse valor, os preços dos alimentos aumentaram 2,5% e os preços da moradia (utilitário, aluguel, etc.) aumentaram 2,3%. Ao mesmo tempo, o IPP nacional caiu 3,6%, atingindo uma nova baixa de 35 meses.
A Indústria da Informação Yuanpei, uma fornecedora de informação importante da indústria chinesa, atribuiu a queda no IPP da China a uma diminuição da atividade econômica e ao fracasso de conter a desaceleração econômica.
O crescimento do PIB da China no 2º trimestre foi de 7,6%. O PIB do 3º trimestre ainda está para ser anunciado, mas alguns especialistas, incluindo o consultor Chen Hewu da Consultoria Administrativa Adfaith de Pequim previu que a pressão descendente na economia chinesa ainda é dominante e novos dados econômicos não mostram melhora.
Yi Gang, vice-governador do Banco Popular da China (BPC) disse no Fundo Monetário Internacional (FMI) em 14 de outubro que os bancos centrais de muitos países estão promovendo a política de afrouxamento monetário. Ele disse que o BPC deverá decidir por uma política monetária com base nas condições da China. Chen Hewu disse que acredita que as informações recentemente vazadas da gestão do BPC sugerem que a política monetária do regime pode estar inclinada para o afrouxamento monetário.
Um relatório de 16 de outubro da Caijing, uma popular revista financeira, também previu que, após o 18º Congresso Popular do PCC em novembro, uma nova rodada de políticas de estímulo econômico será lançada entre novembro deste ano e março do próximo.
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