O primeiro-ministro sírio Riyad Farid Hijab desertou do regime, o mais alto oficial a fazê-lo desde que a crise de 17 meses começou.
Hijab, que só foi empossado em junho, juntou-se à oposição depois que foi demitido, informou a televisão estatal na manhã de segunda-feira.
No entanto, o ex-primeiro-ministro contesta a reivindicação feita pela televisão estatal, dizendo a Al-Jazeera que ele cruzou a fronteira com a Jordânia e que o regime fez o anúncio de que ele foi demitido depois que descobriu que ele já tinha fugido do país.
“Eu anuncio hoje minha deserção do regime assassino e terrorista e que me juntei às fileiras da revolução pela liberdade e dignidade. Eu anuncio que a partir de hoje sou um soldado nesta revolução abençoada”, disse Hijab num comunicado lido por seu porta-voz Muhammad el-Etri.
Hijab planejava “há meses” desertar do regime do presidente Bashar al-Assad, disse Etri, acrescentando que fugir da Síria foi realizado em conjunto com o Exército Sírio Livre dos rebeldes. Hijab também apelou a outros oficiais que renunciem o poder e desertem.
Devido à volatilidade do regime sírio, continuou ele, os oficiais devem ter cuidado, pois Damasco provavelmente “reagirá a esmo”.
“O regime cometerá mais assassinatos [e] qualquer oficial disposto a desertar deve agir com sabedoria. Deve cuidar de si mesmo e de sua família. O regime fala apenas uma linguagem: a linguagem do sangue”, acrescentou Etri.
Etri disse à AFP que Hijab deixará a Jordânia e irá para Doha, capital do Qatar, em poucos dias.
Nawaf Fares, o ex-embaixador sírio para o Iraque, desertou no mês passado e agora também está no Qatar.
A base da oposição do Conselho Nacional Sírio disse à Reuters na segunda-feira que dois ministros do governo e três altos oficiais do exército também desertaram junto com Hijab e estão na Jordânia.
“Ainda estamos tomando algumas medidas, então, não há pressa em identificá-los”, disse o membro do conselho Ahmed Ramadan à agência de notícias.