Primeiro-ministro sírio foge para Jordânia

07/08/2012 03:00 Atualizado: 07/08/2012 03:00

Dois combatentes rebeldes sírios carregam uma metralhadora antiaérea no topo de um veículo blindado na cidade de Atareb, no norte da Síria, 25 km a leste da segunda maior cidade síria de Aleppo, em 31 de julho de 2012. (Ahmad Gharabli/AFP/Getty Images)O primeiro-ministro sírio Riyad Farid Hijab desertou do regime, o mais alto oficial a fazê-lo desde que a crise de 17 meses começou.

Hijab, que só foi empossado em junho, juntou-se à oposição depois que foi demitido, informou a televisão estatal na manhã de segunda-feira.

No entanto, o ex-primeiro-ministro contesta a reivindicação feita pela televisão estatal, dizendo a Al-Jazeera que ele cruzou a fronteira com a Jordânia e que o regime fez o anúncio de que ele foi demitido depois que descobriu que ele já tinha fugido do país.

“Eu anuncio hoje minha deserção do regime assassino e terrorista e que me juntei às fileiras da revolução pela liberdade e dignidade. Eu anuncio que a partir de hoje sou um soldado nesta revolução abençoada”, disse Hijab num comunicado lido por seu porta-voz Muhammad el-Etri.

Hijab planejava “há meses” desertar do regime do presidente Bashar al-Assad, disse Etri, acrescentando que fugir da Síria foi realizado em conjunto com o Exército Sírio Livre dos rebeldes. Hijab também apelou a outros oficiais que renunciem o poder e desertem.

Devido à volatilidade do regime sírio, continuou ele, os oficiais devem ter cuidado, pois Damasco provavelmente “reagirá a esmo”.

“O regime cometerá mais assassinatos [e] qualquer oficial disposto a desertar deve agir com sabedoria. Deve cuidar de si mesmo e de sua família. O regime fala apenas uma linguagem: a linguagem do sangue”, acrescentou Etri.

Etri disse à AFP que Hijab deixará a Jordânia e irá para Doha, capital do Qatar, em poucos dias.

Nawaf Fares, o ex-embaixador sírio para o Iraque, desertou no mês passado e agora também está no Qatar.

A base da oposição do Conselho Nacional Sírio disse à Reuters na segunda-feira que dois ministros do governo e três altos oficiais do exército também desertaram junto com Hijab e estão na Jordânia.

“Ainda estamos tomando algumas medidas, então, não há pressa em identificá-los”, disse o membro do conselho Ahmed Ramadan à agência de notícias.