O primeiro-ministro da Síria que desertou recentemente disse na terça-feira que o regime está se aproximando de seus dias finais e pediu aos líderes para se juntarem à oposição.
Riad Hijab, que desertou mais de uma semana atrás e é considerado o mais alto oficial a fazê-lo na crise que já dura 17 meses, disse que “o regime [do presidente Bashar al-Assad] está à beira do colapso moral e econômico”, relatou a Al-Jazeera. Ele falava em Amã, capital da Jordânia.
“Peço ao exército que siga o exemplo dos exércitos do Egito e da Tunísia [e] fiquem do lado do povo”, acrescentou ele, referindo-se os primeiros países a expulsarem seus líderes durante a revolta da Primavera Árabe de 2011.
Além disso, as forças de Assad só controlam menos de um terço do país, disse ele, sem elaborar o assunto. “O regime não controla mais de 30% do território sírio… Então, deixe a revolução brilhar preservando a unidade do país”, disse ele, segundo a televisão saudita Al-Araibya.
Hijab, um sunita que fugiu em 5 de agosto, apenas poucos meses depois que foi nomeado para o cargo, disse que foi avisado por Assad que se ele não assumisse o cargo ele seria morto, informou a Associated Press na semana passada.
Hijab não era considerado um membro do círculo íntimo de Assad, que seria dominado por membros da seita Alawite. “Eu não tenho interesse em assumir qualquer posição, agora ou no futuro, após a libertação da Síria”, disse ele, segundo a Al-Arabiya.
Ele acrescentou que “a Síria está cheia de funcionários e líderes militares honrados que esperam a oportunidade de se juntarem à revolução”, segundo a Al-Jazeera.
Na terça-feira, os EUA levantaram as sanções contra Hijab e descongelaram seus bens.
“Recentes deserções civis e militares do regime de Assad são outras indicações de que o governo está se desintegrando e perdendo o controle do poder”, disse David S. Cohen, o subsecretário norte-americano de Terrorismo e Inteligência Financeira, num comunicado.
“Os Estados Unidos incentivam outros funcionários do governo sírio, nos escalões políticos e militares, a tomarem medidas corajosas similares para rejeitarem o regime de Assad e ficarem do lado do povo sírio”, acrescentou Cohen.