“O Peru não está alinhado com o bloco esquerdista da ALBA”, disse o presidente peruano Ollanta Humala no sábado, dirigindo-se a empresários numa entrevista à mídia El País. ALBA é a Aliança Bolivariana formada entre Venezuela, Equador, Nicarágua e Cuba.
“Queremos criar um clima de confiança. Recordo aos empresários peruanos que minha eleição como presidente trouxe certas dúvidas aos setores empresariais, certos medos, porque em campanha eles não me conheciam e acreditavam que o Peru se alinharia ao bloco de países da ALBA, o que não fizemos nem faremos”, disse o presidente peruano.
Humala disse também que manterá “um modelo de economia aberta e de mercado que ande de mãos dadas com o crescimento e a distribuição da riqueza”, enfatizando que “a construção de um Estado moderno envolve disciplina”.
O governo peruano chegou a um crescimento de 7,5% no primeiro trimestre desse ano e a uma inflação controlada de 2%, segundo o Ministério da Economia e Finanças.
Em seu discurso, Humala criticou seriamente os líderes de esquerda. “Eles tiveram a arrogância de acreditar que eram os únicos intelectuais no país e desprezaram o resto porque não eram marxistas, uma esquerda decorativa. Enquanto outros esquerdistas chegaram ao poder na América Latina, no Peru o máximo que atingiram foi a prefeitura de Lima. Por seus próprios erros.” E acrescentou: “Há intelectuais destacados e aproveitáveis entre eles, mas a situação é essa.”
Em relação aos ex-presidentes que o precederam, ele disse: “Fujimori está na cadeia, os ex-presidentes Alan García e Alejandro Toledo estão sendo investigados por denúncias de corrupção. Essas são questões graves diferentes e naturalmente não têm relação com os excessos de Fujimori, embora não sejam fáceis.”
Humala destacou que o nacionalismo que ele preside resgata o socialismo andino de José Carlos Mariátegui e o anti-imperialismo de Víctor Rául Haya de la Torre. E ressaltou que embora Haya de la Torre fosse aprista (da APRA, Aliança Popular Revolucionária Americana), ele também é peruano.
O presidente peruano também disse que estão tentando acelerar os processos, mas descobriu que quando os procedimentos não são seguidos é muito fácil cair na corrupção, por isso, estão tentando equilibrar o progresso para “que não haja questionamentos posteriores sobre atos obscuros”.
Ele disse que o principal objetivo de seu governo é transformar o crescimento da economia peruana em desenvolvimento e qualidade de vida para por fim a séculos de pobreza e exclusão.
Na definição de sua política de Estado, Humala estampou no site da Presidência da República que “é preciso democratizar a democracia” para resolver os problemas e as necessidades de todos.
“Queremos a plena integração da sociedade peruana. Queremos um Estado atento às necessidades dos cidadãos e das comunidades. Não pouparemos esforços na luta contra o tráfico de drogas e o crime organizado”, disse o presidente Humala.
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