O recém-eleito presidente egípcio Mohammed Morsi ordenou neste domingo que o baixo parlamento do país fosse reintegrado, semanas após ter sido dissolvido pelo Conselho Militar.
A mudança parece ser uma tentativa de diminuir ainda mais o poder do Conselho Supremo das Forças Armadas (CSFA).
Depois de se desfazer da Assembleia Popular no mês passado, o conselho militar emitiu uma emenda constitucional que lhe dava autoridade legislativa plena até que um novo parlamento fosse eleito. O restabelecimento do parlamento realizado por Morsi parece ser uma tentativa de invalidar essa emenda e forçar o CSFA a se afastar.
A Assembleia Popular foi eleita no início deste ano e a Irmandade Muçulmana, o partido de Morsi, conquistou mais da metade das cadeiras nela.
O CSFA dissolveu o corpo após a alta corte do país julgar que a distribuição de assentos (a representatividade) era inconstitucional. A iniciativa provou ser impopular, com manifestações em massa pedindo o afastamento do CSFA.
A ação de Morsi parece reverter à implementação do CSFA da decisão do tribunal superior, ao invés de contradizer a decisão do tribunal superior, informou a Al-Jazeera.
Morsi pediu novas eleições parlamentares no prazo de 60 dias após a nova Constituição ser elaborada, o que pode ser um consentimento da decisão do tribunal de que as eleições anteriores não foram plenamente constitucionais.
Uma fonte próxima ao CSFA disse ao Al-Ahram que o conselho militar está realizando uma reunião de emergência para discutir o desenvolvimento, enquanto a Al-Jazeera informou que o alto tribunal se reunirá na segunda-feira para rever o decreto de Morsi.
Membros da Irmandade Muçulmana questionados disseram que não foram consultados sobre o decreto. Ainda não está claro se Morsi teve conversações com membros do CSFA antes de fazer o anúncio, relatou a Al-Jazeera.
O presidente da Assembleia, Saad El-Katatni disse que a Assembleia se reunirá e retomará suas responsabilidades dentro de horas, informou o jornal estatal Al-Ahram.