O depoimento do tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Petrobras, não teve o resultado esperado. A avaliação é do presidente da CPI, deputado Hugo Motta (PMDB-PB), que não ficou satisfeito com a falta de respostas de Vaccari.
Hugo Motta disse que o trabalho da comissão é aprofundar cada vez mais as investigações para chegar aos culpados pelo desvio de recursos da estatal do petróleo.
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Vaccari conseguiu um habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) para ficar calado e não responder perguntas dos deputados da CPI. Para Hugo Motta, a medida prejudicou o depoimento. “Ele [Vaccari] chegou com habeas corpus do STF, com direito até de ficar calado. Por isso, não estava obrigado a responder perguntas nem de falar a verdade. Acredito que, de certa forma, isso foi fator determinante para que o depoimento não tivesse o resultado esperado”.
O presidente da CPI disse que as acareações entre depoentes para verificar quem fala a verdade serão inevitáveis no decorrer dos trabalhos da comissão. “Acredito que as acareações são invitáveis até para que a comissão possa atingir os resultados esperados”, afirmou. “O que nós temos que fazer é aprofundar as investigações para ver quem está mentindo, alguém está faltando com a verdade. Se alguém está dizendo que ele participou e ele está dizendo que não participou tem alguém que está faltando com a verdade no meio dessas discussões”, acrescentou Motta.
O presidente da CPI classificou como um “incidente triste” soltar ratos no plenário da comissão após a entrada do tesoureiro do PT. “Não podemos permitir fatos como esse no Parlamento. Entendemos que foi um incidente infeliz. Tomamos as providências necessárias para que eles não voltem a ocorrer”, afirmou. “De maneira figurativa, poderiam soltar leões lá dentro que não interromperíamos os trabalhos, porque nada nos tirará do foco das investigações”.
O deputado Hugo Motta informou que continuará defendendo o aprofundamento das investigações e das denúncias. “Continuaremos firmes e fortes no aprofundamento das investigações, de modo a identificarmos os verdadeiros ratos que desviaram recursos da Petrobras e prejudicaram a empresa”, concluiu Motta.
Na próxima semana, a CPI tomará o depoimento de Augusto Mendonça, da empresa Toyo Setal. Ele será o primeiro representante de uma empreiteira a comparecer à CPI. Na semana seguinte, a CPI ouvirá o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Sobre os roedores soltos na CPI, os deputados Ricardo Izar (PSD-SP), presidente da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos dos Animais, e Laudivio Carvalho (PMDB-MG) pediram a guarda dos animais ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ).