Um documento interno do Partido Comunista Chinês (PCC) acaba de alertar os chineses para os perigos dos “valores ocidentais”.
Segundo o jornal New York Times, a iniciativa é do próprio presidente chinês Xi Jinping que assumiu a liderança do PCC em novembro do ano passado.
O “Documento Número 9” enumera os sete perigos maiores voltados contra o poder do PCC. O primeiro seria a “democracia ocidental constitucional”.
Os outros incluem “valores universais”, direitos humanos, estado de direito, liberdade de imprensa, conceitos “neoliberais” de economia de mercado e críticas “niilistas” à história do Partido Comunista.
“Forças ocidentais hostis à China e dissidentes dentro do país continuam infiltrando constantemente a esfera ideológica”, diz o texto.
A linha-dura da nova liderança decepcionou os liberais e até ex-dirigentes moderados, que esperavam mudanças com a ascensão de Xi Jinping. De fato, as recentes prisões de ativistas demonstram que as ameaças do documento estão sendo levadas a sério.
Xi Jinping também ordenou o combate aos que defendem a independência do Judiciário e a limitação da onipotência do PCC na manipulação da Constituição chinesa. “O constitucionalismo pertence só ao capitalismo”, fulminou o “Diário do Povo”, uma mídia estatal porta-voz do regime chinês.
“Constitucionalismo se tornou palavra ameaçadora ao governo. Sob a liderança anterior, ao menos havia alguma discussão”, lamenta Hu Jia, um dissidente que passou três anos preso, acusado de subversão.
Dessa maneira nenhuma lei pode ser objeto de debate livre e democrático. Para o governo socialista da China comunista nenhuma lei é digna de respeito.
Mas, apesar de isso ter sido sempre assim sob o regime comunista, também sempre existiram aqueles que acreditavam na vigência do que estava escrito na Constituição chinesa.
Esta matéria foi originalmente publicada pelo blogue Pesadelo Chinês