Presidenciável denuncia Foro de São Paulo no debate da Record

01/10/2014 03:36 Atualizado: 08/10/2014 00:38

O penúltimo debate antes do primeiro turno das Eleições 2014, realizado na Rede Record na noite deste domingo (28), terminou com uma surpresa. Em suas considerações finais, o candidato do PRTB à Presidência da República, Levy Fidelix, denunciou a existência do Foro de São Paulo, assunto banido do mainstream brasileiro.

O nome da entidade foi pronunciado apressadamente, mas o evento foi significativo por ter sido a primeira vez num debate com presidenciáveis em cadeia nacional de televisão. “Sou contra o Foro de São Paulo, que reúne PCdoB, PT, PDT e PSB, da dona Marina”, declarou o candidato no debate. O fenômeno talvez somente poderia se verificar numa transmissão ao vivo.

Fidelix, que se posiciona como centro-direita, já abordara publicamente o tema em outras duas ocasiões. Respondendo a uma pergunta de um telespectador sobre à má fama da direita no Brasil numa video-entrevista para o site de notícias G1 no dia 22 de setembro deste ano, Fidelix explicara que tudo vem do Foro de São Paulo, sob claro constrangimento do entrevistador, que mudou rapidamente de assunto. A outra vez fora num discurso de campanha veiculado em seu canal no YouTube em 8 de maio.

O Foro de São Paulo é uma organização fundada por Fidel Castro em 1989, em Havana, para implantar a ditadura do proletariado na América Latina. Entre 1990 e 2003, foi presidida por Lula e dois comandantes da facção narcoterrorista Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), Manuel Marulanda Vélez e Raúl Reyes.

Após assumir a Presidência da República, em 2003, Lula recebera três cartas de Raúl Reyes solicitando que o ‘companheiro’ recém-eleito mantivesse abertas as fronteiras brasileiras para a guerrilha e nomeando um vereador petista como interlecutor entre a facção e o então presidente Lula. Num vídeo oficial destinado à XVIII assembleia da organização, realizada em Caracas, Lula comemora o marco de o Foro ter conquistado a presidência da quase totalidade dos países latino-americanos sucessivamente.

A Constituição Federal do Brasil proíbe que partidos estejam vinculados a entidades estrangeiras, como o Foro de São Paulo, pelo alto risco de possuírem interesses alheios aos nacionais. Além das FARC, o organismo também possui em sua composição diversas outras facções do crime organizado pelo subcontinente, como ELN, FSLN, URNG, FMLN, PRD, URNG, MLN-T, MIR, entre outras.

A Lei nº 9.096, de 19 de setembro de 1995, que regulamenta os arts. 17 e 14, § 3º, inciso V, da Constituição e dispõe sobre os partidos políticos é clara. “A ação do partido tem caráter nacional e é exercida de acordo com seu estatuto e programa, sem subordinação a entidades ou governos estrangeiros”, estabelece o Art. 5º.

O Art. 28 da mesma lei prevê a extinção do partido neste caso. “O Tribunal Superior Eleitoral, após trânsito em julgado de decisão, determina o cancelamento do registro civil e do estatuto do partido contra o qual fique provado: I – ter recebido ou estar recebendo recursos financeiros de procedência estrangeira; II – estar subordinado a entidade ou governo estrangeiros.”

A corrida presidencial é liderada pelas candidatas Dilma Rousseff e Marina Silva, cujos partidos, respectivamente PT e PSB, são membros do Foro. A organização estrangeira emite resoluções, que são então seguidas pelos partidos e organizações membros em toda a América Latina, e são documentadas em atas.

A mídia tradicional tem acobertado a existência e atividades da entidade alienígena desde sua fundação e durante as Eleições de 2002 e todos os últimos três governos do PT. Por todo esse tempo, o Brasil pode estar sendo governado de fora do país.

Durante o debate na Record, Levy Fidelix também defendeu investimento nas Forças Armadas para defender as fronteiras contra o narcotráfico e preparar o país contra, segundo ele, possíveis reações de governos bolivarianos vizinhos.

O candidato Aécio Neves também teve uma postura um pouco mais combativa. Ele abordou a recente denúncia feita pelo ex-diretor da Petrobras, Paulo Roberto Costa, de que dinheiro desviado da estatal teria financiado a campanha de Dilma à Presidência em 2010, e criticou o pronunciamento da presidente na 68ª Assembleia Geral da ONU. Na ocasião, Rousseff propôs o diálogo do Ocidente com os terroristas muçulmanos autodenominados Estado Islâmico.

O candidato do PV, Eduardo Jorge, também surpreendeu ao admitir que cinco dos candidatos presentes (Dilma, Marina, Aécio, ele e Luciana Genro) são socialistas, algo nunca dito em cadeia nacional de televisão. A declaração foi feita em tom de cobrança pelo fato de nenhum deles em seus respectivos mandatos terem conseguido atender a uma reivindicação sindical antiga, a redução da jornada de trabalho para 40 horas semanais. Também inédito, o candidato Everaldo prometeu nomear um militar como ministro da Defesa.

A exposição do Foro de São Paulo feita por Fidelix evidentemente não ganhou uma única menção na imprensa nacional, que, por sua vez, deu grande repercussão à sua polêmica declaração sobre a homossexualidade. O último debate antes do primeiro turno das eleições será nesta quinta-feira, na Rede Globo.