O website do “Conselho para a Sociedade Civil e os Direitos Humanos do Presidente da Rússia” postou relatório sobre os resultados do contestado referendo que anexou a Crimeia à Rússia. A matéria foi rapidamente tirada do ar como se fosse uma perigosa confissão, mas não antes de ser registrada no exterior, no site da Forbes, por exemplo.
Segundo o referido relatório, o comparecimento às urnas foi só de 30%. E, destes, a metade votou pela anexação. O que significa que apenas 15% dos cidadãos da Crimeia aprovaram a manobra russa de anexação.
A votação transcorreu sob o olhar de soldados russos descaracterizados e exibindo suas armas automáticas Kalashnikov. A fraude ficou patente, pois o anúncio oficial apontou um comparecimento de 83% dos votantes. Destes, uma maioria de 97% teria escolhido renegar seu país, a Ucrânia.
Esses resultados fraudulentos não foram reconhecidos pela comunidade internacional. Aliás, não houve observadores internacionais fiáveis, mas tão-só um punhado de cúmplices ideológicos do ditador russo, os quais se apressaram a validar a falcatrua.
No relatório do Conselho para os Direitos Humanos do Presidente russo, o comparecimento deveria ser corrigido de 83% para no máximo 30%, e o voto pela anexação ser mudado, passando de 97% para 15%. Porém, nada será feito, apenas o resultado verdadeiro foi retirado do site.
Próximos de Vladimir Putin qualificaram a revelação do relatório de “infeliz”. Svetlana Gannushkina, membro de dito Conselho, declarou que a votação na Crimeia “desacreditou mais a Rússia do que poderia fazê-lo um agente estrangeiro”.
Farsas semelhantes foram montadas pelos agentes pró-russos em estados do leste ucraniano para repetir o golpe da Crimeia, mas caíram no descrédito mundial. Após anunciar resultados igualmente ocos num outro plebiscito-farsa, os agentes russos em Donetsk parecem ter perdido a fé nas fraudes que eles mesmos montam.