Prêmio em dinheiro e ultimatos sobre autoimolações tibetanas

20/12/2012 00:44 Atualizado: 20/12/2012 00:44
Uma voluntária observa uma exibição de fotos que destaca as vítimas das recentes autoimolações no Tibete, apresentada pelo ramo de Taiwan da Anistia Internacional em 29 de junho de 2012 (Mandy Cheng/AFP/Getty Images)

O regime chinês está tentando exercer ainda mais pressão sobre regiões tibetanas, mesmo depois de dezenas de autoimolações tibetanas neste ano em protesto exatamente contra essas políticas.

Na área de Malho no Leste do Tibete, as autoridades comunistas chinesas anunciaram que recompensas em dinheiro serão dadas a quem fornecer informações sobre autoimolações, segundo a publicação pró-tibetana Phayul. Eles também deram um aviso final aos tibetanos que “cometeram delitos” a se entregarem em troca de uma punição “menor”.

Houve uma série de incidentes de autoimolações e de grandes manifestações em Malho este ano em protesto contra a repressão chinesa no Tibete. Eles acusam o regime chinês de promover políticas para erradicar a cultura, o idioma e a religião tibetanos.

Além disso, houve acusações de que as autoridades chinesas estão tentando doutrinar os estudantes com a distribuição de material escolar que denuncia a cultura tibetana. No mês passado, centenas de estudantes no condado de Chabcha protestaram contra um livro circulado pelas autoridades chinesas que dizia que o idioma tibetano era “desprovido de relevância”.

As autoridades chinesas reforçaram seu controle sobre a região de Malho nas últimas semanas, segundo o Phayul, que disse que vários tibetanos foram presos em conexão com as autoimolações.

Eles também anunciaram prêmios em dinheiro que variam entre mil e 200 mil yuanes (160 e 32 mil dólares) por informações sobre pessoas que potencialmente desejariam: pôr-se em chamas, “incitar” protestos ou visitar famílias de autoimoladores.

No passado, conforme aponta o Phayul, o regime chinês ofereceu recompensas ou mesmo suborno para famílias e pessoas que participaram em protestos a dizerem que suas ações não eram contra o Partido Comunista Chinês.

O Ministério das Relações Exteriores da China disse nesta segunda-feira aos Estados Unidos, Canadá e União Europeia para “pararem de interferir nos assuntos internos da China”, segundo a mídia estatal. Isso ocorreu depois que o chefe da política externa da UE, Catherine Ashton, afirmou nesta sexta-feira que a UE está “preocupada com as restrições sobre a expressão da identidade tibetana, que parecem estar dando origem a uma onda de descontentamento na região”.

Muitas organizações de direitos humanos acusaram as políticas chinesas na região pelo aumento das autoimolações.

No mês passado, Mary Beth Markey, presidente do grupo de direitos ‘Campanha Internacional pelo Tibete’, disse que, embora as autoimolações sejam alarmantes, o regime chinês tem agravado o problema.

“Os tibetanos que se autoimolam – agora cada vez em maior número – claramente não foram dissuadidos pelo aumento da segurança ou outras formas de intimidação oficial”, disse Markey. “No entanto, as autoridades parecem estar apostando que a opressão acovardará ou esgotará a vontade de futuros autoimoladores.”

Artigos no início deste ano informaram que as autoridades chinesas cortaram as linhas de telecomunicações em algumas áreas, enquanto implantaram mais forças de segurança nas regiões conturbadas. Em Lhasa, um morador não identificado descreveu a capital tibetana como “uma grande prisão”.

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