Premiê japonês mostra-se firme sobre as ilhas Senkaku em encontro com Obama

26/02/2013 18:24 Atualizado: 26/02/2013 18:24
O presidente norte-americano Barack Obama com o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe no Salão Oval em Washington, EUA, em 22 de fevereiro de 2013 (Kristoffer Tripplaar-Pool/Getty Images)

WASHINGTON – O primeiro-ministro japonês Shinzo Abe reafirmou a soberania sobre as ilhas Senkaku durante um encontro em Washington DC na sexta-feira, declarando que qualquer desafio à posse do Japão sobre o grupo de pequenas ilhas não será tolerado.

“Nenhum país deveria fazer qualquer erro de cálculo sobre a firmeza de nossa resolução”, disse Abe no Centro para Estudos Estratégicos e Internacionais (CSIS) de Washington, após uma reunião com o presidente norte-americano Barack Obama na Casa Branca no início do dia.

A China tem sido provocativa ao clamar todo o Mar do Sul da China e partes do Mar do Leste da China, incluindo as ilhas Senkaku, conhecidas como ilhas Diaoyu em chinês.

As tensões aumentaram em setembro do ano passado, quando o governo japonês anunciou que compraria três das cinco ilhas Senkaku de proprietários privados.

Manifestações públicas na China contra o Japão se seguiram e uma enxurrada de navios chineses não-militares foram enviados à área. As provocações mais recentes foram o estabelecimento de uma série de boias em águas controladas pela China próximas às ilhas e o aumento do número de navios de guerra e paramilitares chineses patrulhando a área.

Abe disse a Obama que não está interessado no escalada da situação com a China. “Eu expliquei que sempre temos lidado com essa questão […] de forma calma”, disse ele por meio de um tradutor. “Continuaremos a fazê-lo e sempre fizemos assim”, disse ele.

Durante as conversações no CSIS, no entanto, Abe disse que a história e o direito internacional atestam a soberania do Japão sobre as Senkaku e deixou claro que qualquer desafio invocará a aliança EUA-Japão.

“Simplesmente não podemos tolerar qualquer desafio agora ou no futuro”, disse ele, acrescentando, “Ninguém deve duvidar da solidez da aliança Japão-EUA”.

Os Estados Unidos tem insistido em não assumir lados nas disputas territoriais na região embora tenha reconhecido publicamente a administração do Japão sobre as ilhas Senkaku.

“Nós nos opomos a quaisquer ações unilaterais que visam minar a administração japonesa [sobre as Senkaku]”, disse a ex-secretária de Estado estadunidense Hillary Clinton no mês passado numa coletiva de imprensa em Washington DC.

Aliança EUA-Japão

Na primeira reunião de cúpula asiática no segundo mandato de Obama, o presidente saudou Abe na Casa Branca na sexta-feira, reconhecendo a forte relação entre os dois países e sua importância para a região. “O Japão é um de nossos aliados mais próximos e a aliança EUA-Japão é a base central da nossa segurança regional e muito do que fazemos na região do Pacífico”, disse Obama após a reunião.

Shinzo Abe, um membro do Partido Liberal Democrata (PLD) e forte defensor dos laços EUA-Japão, fez questão de se encontrar com Obama após uma sólida vitória eleitoral em dezembro do ano passado, resultando em seu segundo termo como primeiro-ministro. Abe foi forçado a demitir-se devido a problemas de saúde em 2007 após cumprir apenas um ano.

“Acho que posso afirmar com certeza que a confiança e o vínculo em nossa aliança está de volta”, disse Abe por meio de um tradutor após a reunião.

De acordo com analistas do CSIS, Abe tem um índice de popularidade de 70% no Japão, um sinal encorajador para um país que viu seis líderes diferentes desde 2008.

Suas fortes políticas econômicas, apelidadas de ‘Abenômicas’, concentram-se em “estímulo fiscal e afrouxamento monetário”, segundo analistas, mas enquanto ganhos positivos foram conseguidos, por quanto tempo eles terão um impacto ainda é algo a se ver.

“O mercado respondeu positivamente as ‘Abenômicas’ até agora, mas um crescimento sustentável provável dependerá de reformas estruturais para aumentar a competitividade”, escreveram Michael J. Green, Matthew P. Goodman e Nicholas Szechenyi, analistas do CSIS, num artigo sobre a visita de Abe.

Obama disse que os dois líderes discutiram uma série de questões multilaterais, incluindo as relativas à segurança regional. “Tivemos consultas estreitas sobre uma ampla gama de questões de segurança, particularmente nossas preocupações sobre as ações provocativas que têm sido tomadas pela Coreia do Norte e nossa determinação em responder com força”, disse Obama.

Abe disse que a segurança na Ásia-Pacífico está se tornando mais e mais difícil e ele não se referia apenas à Coreia do Norte. “Precisamos criar uma ordem nesta região baseada na cooperação entre nossos dois países para garantir a liberdade dos mares e uma região que seja regida por leis e não pela força”, disse ele na Casa Branca por meio de um tradutor.

Em referência as Senkaku, Abe voltou a salientar a importância da aliança EUA-Japão. “Em relação ao Mar do Sul da China e as ilhas Senkaku, concordamos que a própria existência da aliança Japão-EUA é um fator de estabilização, que contribui para a paz e a estabilidade na região”, disse ele.

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