Após dezenas de protestos no Rio de Janeiro e em São Paulo, as prefeituras de ambos os Estados anunciaram, ontem (19), a revogação do aumento no preço das passagens de transporte público, na tentativa de reduzir o movimento que tem ampla pauta de reivindicações.
Reconhecido como o maior protesto no país em 20 anos, o movimento de segunda-feira (17) levou cerca de 400 mil pessoas às ruas de São Paulo e do Rio (300 mil e 100 mil respectivamente), segundo dados oficiais. Porém acredita-se que cerca de 1 milhão saíram às ruas nessas cidades, sem considerar as 10 capitais brasileiras e dezenas de cidades que aderiram ao protesto nas últimas semanas.
Os políticos das duas grandes capitais, São Paulo e Rio, não tiveram saída a não ser ceder à principal reivindicação do movimento e anular o reajuste tarifário do transporte público. No entanto, a organização do movimento diz que a manifestação não é apenas sobre os R$0,20.
O grupo “Anonymous Brasil”, que vem convocando virtualmente a população para participar das manifestações, listou cinco pontos principais de reivindicações. Eles são: não à PEC-37 (que tenta impedir o Ministério Público de investigar crimes de corrupção); saída imediata de Renan Calheiros da Presidência do Congresso Nacional; imediata investigação de irregularidades na Copa do Mundo de Futebol – FIFA; considerar a corrupção como um crime hediondo e o fim do foro privilegiado (pessoas julgadas especialmente pelo Supremo Tribunal Federal).
Ainda assim, os protestantes consideram a revogação do reajuste tarifário como a primeira vitória, mesmo sendo pequena, segundo a organização.
No Rio, a partir da meia-noite de hoje (20), a passagem do Bilhete Único Carioca voltará a custar R$2,75, segundo nota publicada pelo governo do Rio. A publicação acrescenta que, a pedido do governador Sérgio Cabral, o prefeito Eduardo Paes estendeu a revogação às tarifas de metrô, trem e barca, que também retornarão ao valor anterior (R$3,20, R$2,90 e R$4,50, respectivamente) a partir de amanhã (21). Para quem usa o bilhete único, o preço continuará R$3,10.
Eduardo Paes relatou ainda que a redução da tarifa do transporte representará ônus de R$ 200 milhões à prefeitura do Rio, informou a nota.
Em São Paulo, o governador Geraldo Alckmin e o prefeito Fernando Haddad anunciaram que ônibus, trem e metrô voltarão a custar R$3,00 a partir da próxima segunda (24), de acordo com publicação da prefeitura paulista. A integração pelo Bilhete Único Paulistano retornará ao valor de R$4,65. Com a redução, Alckmin diz que será obrigado a cortar gastos, segundo a publicação.
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