Prefeito de Pequim recebeu ordens para consertar a poluição ou…

19/03/2014 13:56 Atualizado: 19/03/2014 13:56

A poluição do ar não é apenas um problema ambiental na China, mas uma questão política terrível que foi dada forte ênfase nas reuniões políticas nacionais realizadas em Pequim na semana passada. Propostas de como corrigir o nevoeiro sufocante em Pequim foram alguns dos temas mais citados, segundo relatórios oficiais chineses.

O primeiro-ministro chinês Li Keqiang foi amplamente citado dizendo: “Vamos declarar guerra à poluição, como fizemos com a pobreza.” O comentário era um slogan revolucionário requentado, que pretendia mostrar que atacar a poluição é uma prioridade política para a liderança do Partido Comunista.

A pressão para resolver o problema tem caído sobre os ombros do prefeito de Pequim, Wang Anshun, que foi instruído no início deste ano a “trazer sua cabeça se as condições do ar não forem corrigidas até 2017”, segundo um artigo da revista Oriental Outlook, que é publicada pela Xinhua, uma mídia estatal porta-voz oficial do regime chinês.

Como uma das cidades mais severamente poluídas, Pequim receberá até US$ 123 bilhões das autoridades centrais para consertar o ar ao longo dos próximos três anos. Outros US$ 13,7 bilhões serão gastos em melhorar a poluição do lixo e da água em Pequim.

A poluição atmosférica severa tem sido um problema na China há anos, e frequentemente domina as manchetes e debates no país. A poluição especialmente grave em Pequim por causa das usinas de energia a carvão e fábricas na província vizinha de Hebei.

Apenas no primeiro semestre de 2013, a quantidade de carvão queimado em Pequim chegou a 25 milhões de toneladas, enquanto Tianjin, perto de Pequim, queimou 50 milhões de toneladas de carvão. A província de Hebei consumiu mais de 300 milhões de toneladas, segundo a imprensa chinesa.

“O Partido Comunista Chinês tem única e exclusivamente perseguido o crescimento do PIB por muitos anos”, disse Sun Wenguang, professor aposentado da Universidade de Shandong, em entrevista por telefone ao Epoch Times. “As autoridades têm vigorosamente desenvolvido indústrias químicas, causando grave poluição, sem considerar o efeito na vida das pessoas. E casos de câncer de pulmão têm aumentado.”

O governo da cidade de Pequim disse que dedicaria seu orçamento à redução do consumo de carvão, limitaria o número de carros nas ruas e outras medidas para combater a poluição e a poeira no ar.

Os detalhes sobre as despesas propostas não foram divulgados, mas acarretarão uma lista de multas rigorosas às indústrias poluidoras que violam os regulamentos. Algumas multas chegam a US$ 81 mil.

Em 1º de março, o departamento de proteção ambiental de Pequim começou a realizar inspeções em indústrias poluentes em Pequim, e logo multou uma empresa de aquecimento local em US$ 16,2 mil.

A mais recente crise de poluição na China foi em 21-27 de fevereiro, um dos piores períodos na China por um longo tempo. Reportagens dizem que um sétimo do território da China estava coberto por um denso nevoeiro de poluição e que a maioria das grandes cidades foi coberta por uma atmosfera encardida.