Relatório oficial sobre o número de mortes questionado
Uma forte tempestade atingiu Pequim na semana retrasada causando uma grande inundação que cobriu um ônibus de 4 metros e enterrou uma aldeia, mas a taxa de mortalidade oficial do prefeito foi de 37.
O prefeito Guo Jinlong e um de seus vice-prefeitos, Ji Lin, renunciaram em meio às críticas de residentes locais devido à maneira como as autoridades trataram a inundação em Pequim. Os líderes locais do Partido Comunista Chinês (PCC) imediatamente promoveram Wang Anshun e Li Shixiang como prefeito-adjunto e vice-prefeito de Pequim, confirmou a mídia estatal em 25 de julho.
Pouco antes de anunciar sua renúncia numa reunião em 24 de julho, Guo Jinlong exigiu que os líderes locais do PCC conduzissem uma investigação completa sobre o número de vítimas da tempestade recente, segundo o jornal New Beijing Times. O artigo do Times caracterizou os comentários de Guo como um último esforço para obter o número real de mortes devido às críticas públicas.
Raramente autoridades chinesas investigam o número de mortos de um desastre natural depois que a mídia controlada pelo Estado libera um número oficial. Shi Zangshan, um especialista sobre China baseado em Washington, ofereceu uma explicação, “Guo sabia que os residentes testemunharam muitas pessoas mortas [por causa da tempestade] e não havia nenhuma maneira que ele pudesse esconder isso”, disse Shi ao Epoch Times.
Um blogueiro com o nome de usuário ‘ONE_Mr-zhao_COMBAT’, que participou nos esforços de resgate, postou no website de mídia social chinês Sina Weibo que o número oficial de mortos era muito conservador.
“Hoje, os militares isolaram a área entre a estrada principal de Dujiakan até a estrada de Changzhou. Dezessete pessoas morreram afogadas. Esse é um número muito conservador. Havia um grande ônibus de quatro metros de altura que foi coberto na enchente, que chegou a cinco metros de altura. […] Em Zhoukoudian, um vilarejo foi soterrado. Apenas cerca de 70 pessoas foram salvas. O que você acha?”
Moradores também culparam o governo da cidade por seus esforços de resgate deficientes. Uma postagem que foi amplamente difundida nas mídias sociais da China disse que o resgate de um homem foi atrasado por horas. Os familiares de outras vítimas também relataram que a linha telefônica de emergência permaneceu ocupada quando utilizada.
Outros críticos online apontaram as prioridades problemáticas dos oficiais do regime. Depois de um relato detalhado na imprensa em 25 de julho sobre a destruição causada pelas inundações, contabilizando as várias casas que desabaram, as pontes que foram destruídas, os prejuízos financeiros, etc., o diretor do Maite Mídia Cultural, uma empresa de Pequim, escreveu, “Você tem as estatísticas de danos físicos tão rápido, mas as pessoas são o maior tesouro”, referindo-se a como um número completo de mortes ainda não havia emergido.
Ele acrescentou que, para um governo, “ganhar o coração das pessoas é algo a ser estimado e a perda dos mesmos é devastadora.”