Praticantes do Falun Gong apelam à ONU contra perseguição na China

13/12/2013 12:55 Atualizado: 13/12/2013 12:55

Neve caindo e temperaturas abaixo de zero não impediram alguns praticantes do Falun Gong de marcar o Dia Internacional dos Direitos Humanos em 10 de dezembro reunindo-se diante da sede das Nações Unidas na Praça Dag Hammarskjold para apelar à ONU que enfrente a China.

As pessoas se alinharam ordenadamente e exibiram faixas que diziam: “Falun Gong é Bom” e “Parem a perseguição ao Falun Gong“. Os praticantes do Falun Gong apelaram à ONU que pressione a China sobre seu histórico de direitos humanos, especialmente sobre a extração forçada de órgãos sancionada pelo Estado de prisioneiros de consciência vivos. O Falun Gong é uma disciplina espiritual tradicional chinesa baseada nos princípios da verdade, compaixão e tolerância.

Wang Zhiyuan, da ‘Organização Mundial para Investigar a Perseguição ao Falun Gong’ (WOIPFG), disse no evento que o grupo recolheu evidências de que altos funcionários do governo e do Partido Comunista Chinês (PCC), membros do judiciário, militares, forças policiais e instituições médicas estão envolvidos na orquestração e execução da extração forçada de órgãos de praticantes do Falun Gong e de outros grupos.

O grupo reuniu provas do envolvimento do Comitê de Assuntos Político-Legislativo (CAPL) do PCC, de hospitais de transplante de órgãos, da polícia militar, de regiões autônomas, municípios e governos locais em 30 províncias. Os dados mostram que a extração forçada de órgãos é uma prática sistemática e criteriosamente planejada pelo alto escalão da liderança comunista chinesa.

Wang Huilian, uma das palestrantes no evento em Manhattan, quase se tornou uma vítima do comércio de órgãos. Depois de ser detida em 2004, a polícia chinesa enviou Wang ao hospital cinco vezes para exame de sangue. Na época, ela estava magra e frágil devido a uma greve de fome. Talvez por isso, os médicos tenham decidido que ela não fosse uma doadora viável.

Antes de ser sequestrada pela polícia chinesa em 2000, Wang foi palestrante na Universidade Normal do Nordeste, em Changchun, China. Depois de ser torturada por congelamento, suspensão por longos períodos e alimentação forçada, ela escreveu sobre sua experiência e publicou online. Então, o Departamento de Polícia da Província de Jiangxi enviou uma equipe para prender Wang num local secreto. Ela foi levada para uma pequena sala cheia de instrumentos de tortura e passou oito dias e noites nesta sala sendo torturada.

Depois de escapar para a Tailândia em 2007, Wang recebeu asilo e foi para os Estados Unidos em 2011. “Alguns de meus colegas e amigos ainda estão detidos ilegalmente e eu estou muito preocupada com eles”, disse Wang. “A qualquer momento eles podem ter seus órgãos extraídos ou serem perseguidos e torturados até a morte.”