Praticantes do Falun Gong questionam prisão no bairro chinês

02/09/2012 04:47 Atualizado: 02/09/2012 20:58
Cao Fengxuan (direita), acompanhada por Cecília Xiong, fala com a mídia após sua libertação da Delegacia de Polícia do Sul em 29 de agosto de 2012 em São Francisco, EUA. (Jasper Fakkert/The Epoch Times)

Mulher pernoita na prisão após uma faixa ser pendurada

SÃO FRANCISCO – Pelos últimos sete anos, praticantes da disciplina espiritual do Falun Gong têm estado presentes na Rua Stockton no bairro chinês contando aos transeuntes sobre os benefícios da disciplina e sobre a perseguição ao grupo na China.

Até 29 de agosto, não havia razão para serem presos em São Francisco. Mas agora, um caso levou praticantes do Falun Gong a questionarem seu tratamento no bairro chinês.

Cao Fengxuan, uma chinesa em seus trinta anos, é um dos voluntários que vai ao bairro chinês regularmente. “Eu venho aqui exibir uma faixa em Stockton para mostrar a beleza e a bondade do Falun Gong”, disse ela em seu chinês nativo.

O Falun Gong, também conhecido como Falun Dafa, é uma antiga prática espiritual baseada nos princípios da verdade, compaixão e tolerância. O regime chinês lançou uma ofensiva contra a prática em 1999, depois que uma pesquisa do Estado descobriu que 100 milhões de pessoas a estavam praticando, mais do que o número de membros do Partido Comunista Chinês (PCC).

Embora os voluntários venham diariamente à Rua Stockton, na terça-feira as coisas não aconteceram como de costume. Eles foram abordados pela polícia que lhes pediu para retirarem as faixas de uma cerca, depois de receberam uma queixa do proprietário do imóvel.

“Os policiais vieram e nos pediram para retirar as faixas que originalmente perdurávamos na cerca. Então, nós cooperamos e os seguramos em nossas mãos”, disse Cecilia Xiong, uma voluntária também na casa dos trinta que é originária da China continental.

Ao longo dos anos, a polícia ocasionalmente fez tal pedido e o problema foi resolvido depois que os praticantes falaram com os proprietários.

No entanto, mais tarde na terça-feira, mais voluntários chegaram e alguns não tinham conhecimento do que havia ocorrido na parte da manhã. Algumas faixas foram penduradas novamente. Quando Cao Fengxuan retornou ao local depois de almoçar, um carro da polícia chegou e oficiais caminharam diretamente até ela e lhe pediram sua identidade.

Praticantes do Falun Gong esclarecem sobre a perseguição de sua prática espiritual na China, em 28 de agosto de 2012, no bairro chinês de São Francisco, EUA. (Jasper Fakkert/The Epoch Times)

Apesar incapacidade de Cao Fengxuan de se comunicar em inglês, ela recebeu uma citação assim que entregou sua identidade. A polícia exigiu que ela assinasse a citação, mas ela se recusou.

“Acabei de voltar e não pendurei as faixas”, disse Cao Fengxuan à polícia através de um tradutor, segundo pessoas próximas. “Eu não assinei porque não fiz nada de errado”, disse Cao depois que foi libertada da custódia.

“A polícia queria que eu assinasse a citação, mas eu não sei nada sobre isso; eu não sei quanto seria a multa ou que crime houve. Ele queria que eu assinasse antes de qualquer tradução”, disse Cao.

A polícia na Estação Central do bairro chinês se recusou a comentar o caso.

A prisão de Cao Fengxuan desencadeou um protesto durante a noite que continuou durante o dia na frente da Delegacia de Polícia do Sul onde Cao foi detida. Ela foi finalmente solta cerca de 15h na quarta-feira sem assinar qualquer coisa.

Desde o início da perseguição ao Falun Gong em 1999, o regime chinês é conhecido por estender sua campanha de ódio contra a prática no exterior por meio de suas embaixadas, consulados e organizações afiliadas.

O incidente na Rua Stockton ocorre apenas duas semanas depois que dois homens de origem chinesa foram considerados culpados por um tribunal local por agredirem praticantes do Falun Gong no bairro chinês. O incidente foi precedido por pelo menos 10 outros casos de violência contra membros do grupo desde o ano passado.

Para os praticantes em São Francisco na terça-feira, os eventos têm levantado dúvidas sobre o tratamento que eles têm recebido no bairro chinês. Eles acham que a prisão injusta de Cao Fengxuan sinaliza isso.

“Eu sei que um homem idoso que costuma usar uma camisa vermelha pendurava cartazes anteriormente no bairro chinês que atacavam e caluniavam o Falun Gong por mais de 10 anos e ninguém veio detê-lo”, disse Lona Lou, uma praticante que estava presente durante todo o dia de terça-feira no local da Rua Stockton. Em seus quarenta anos e uma professora de uma escola privada de língua chinesa, Lona Lou sofreu perseguição na China por praticar o Falun Gong.

“Estamos aqui contando às pessoas sobre os fatos a respeito do Falun Gong e tentando parar a perseguição; isso não deveria ser problema nos EUA”, disse Lou.