TORONTO – Solene e pacificamente, os praticantes do Falun Gong se alinham ao longo da Rua St. George, no centro de Toronto, Canadá, em frente aos portões do consulado chinês. Por 13 anos, a prática espiritual tem sido violentamente perseguida pelo regime comunista na China.
Faixas amarelos e um par de discursos de vítimas e simpatizantes do Falun Gong levaram uma mensagem familiar, “Parem com a perseguição ao Falun Gong“.
“Hoje, o Partido Comunista é responsável por crimes terríveis contra praticantes do Falun Gong e seu principal objetivo é encobrir todas as provas destes crimes”, disse Joel Chipkar da Associação do Falun Dafa de Toronto.
Desde 20 de julho de 1999, o Partido Comunista Chinês (PCC) tem prendido, torturado e submetido os praticantes do Falun Gong a trabalho forçado e lavagem cerebral, enquanto realiza uma ampla campanha de propaganda para difamar a prática e justificar a repressão.
“Continuamos tendo esperanças de que todas as pessoas na China e fora dela vejam este regime mau pelo que ele realmente é e deixem de ser arrastadas por suas mentiras, sedução financeira e recusas de admitir os danos que causou a pessoas boas”, disse Chipkar.
Entre as acusações mais perturbadoras que são feitas contra o regime é que ele está envolvido na extração de larga escala de órgãos de adeptos vivos do Falun Gong.
Senhoras idosas com rostos calorosos, mas inglês mínimo, distribuem panfletos e boletins informativos que descrevem o estado da perseguição na China de hoje. Muitas das pessoas no comício compartilharam histórias de como a perseguição tem afetado diretamente suas vidas.
Uma praticante idosa, a Sra. Gao, foi forçada a participar de uma “seção de lavagem cerebral” por três meses em 2004, em que a polícia tentou forçá-la a parar de praticar o Falun Gong. “Eu fui amarrada na forma de um sinal de ‘mais’ por alguns dias. Eu não podia dormir ou me agachar”, disse ela.
A tortura não fez Gao mudar sua mente, então, a polícia injetou drogas desconhecidas em seu corpo. “Isso causou enorme dano ao meu corpo […] eu não conseguia reconhecer meu próprio filho quando voltei para casa do campo de trabalho”, disse Gao.
Depois da “seção de lavagem cerebral”, Gao foi colocada num campo de trabalho por um ano. Quando Gao foi liberada, ela percebeu os danos das drogas misteriosas lentamente prejudicando sua vida, impedindo-a de fazer qualquer tipo de trabalho.
“Eu experimentei edema, tremores, perda de memória […] a perda dos dentes”, disse ela. Ela também disse que seu coração estava tão fraco que ela achava que pararia e que seus pés pareciam tão pesado que ela pensava que não seria capaz de andar.
Felizmente, através da prática do Falun Gong, Gao conseguiu recuperar sua saúde física, mas ela diz que ainda sofre efeitos colaterais. Às vezes, Gao esquece as coisas facilmente.
Wang Yi, uma residente de Toronto, afirma que a perseguição devastou sua família, especialmente seu irmão, irmã e sobrinha que foram torturados na China.
O irmão de Wang, cujo nome ela desejou omitir por sua segurança, foi emboscado e espancado pela polícia na cidade de Wuhan. “[A polícia] usava botas de couro duro; eles pisaram em seu peito e atrás dos joelhos, fazendo-o cair ao chão”, disse Wang. “Mas isso ainda não era o suficiente para eles. Eles pegaram uma chaleira e jogaram água fervente sobre sua cabeça.”
A polícia prendeu a sobrinha de Wang, um estudante de 19 anos da Universidade de Wuhan, por um ano inteiro. “Eles não a deixaram dormir por sete dias”, disse Wang. “Eles brilhavam luzes sobre ela e espetavam-na com agulhas cada vez que caía no sono.” O único alimento que Huang recebeu foi pão e sopa de repolho. Depois que ela descobriu papel higiênico usado na sopa, ela nunca mais se atreveu a tomar novamente.
Wang elogiou o governo canadense por seu apoio aos praticantes do Falun Gong, mas disse que o governo deve colocar mais pressão sobre o PCC.