Povo chinês começa a resistir à perseguição

12/07/2012 11:00 Atualizado: 12/07/2012 11:00

15.000 assinaturas e impressões digitais foram recolhidas por Qin Rongqian, de 23 anos, para uma petição exigindo a investigação do homicídio culposo de seu pai e a libertação de sua mãe e irmã da prisão. (The Epoch Times)Chineses se levantam para proteger os praticantes do Falun Gong

Desde julho de 1999, o regime comunista chinês tornou a prática espiritual do Falun Gong seu inimigo nº 1 e tem implacavelmente perseguido os praticantes do Falun Gong e quem os apoia.

Durante os últimos 13 anos, praticantes do Falun Gong se tornaram o maior grupo de chineses sujeitos a detenção arbitrária, lavagem cerebral, tortura e colheita de órgãos.

De acordo com o Centro de Informação do Falun Dafa (Faluninfo.net), foram verificadas 3.571 mortes de praticantes devido à tortura e abusos. Acredita-se que o número real de mortes seja de dezenas de milhares.

Um novo livro, ‘Órgãos do Estado: O Abuso do Transplante de Órgãos na China’, editado por David Matas e o Dr. Torsten Trey, documenta a atrocidade da colheita forçada de órgãos de praticantes vivos do Falun Gong.

David Matas já havia estimado que, entre 2000 e 2008, 62 mil praticantes foram vítimas da colheita de órgãos. Ele acredita que desde 2008, a cada ano, cerca de 8.500 praticantes sejam submetidos à colheita de órgãos.

Quando a perseguição começou, 100 milhões de pessoas foram estimadas praticando o Falun Gong na China. A perseguição afetou não apenas os 100 milhões de praticantes, mas também suas famílias, amigos, vizinhos e colegas de trabalho. No entanto, muito poucas pessoas se atreveram a manifestar suas objeções a essa política brutal.

Gao Zhisheng, um advogado chinês conhecido por defender os direitos civis dos oprimidos, escreveu três cartas abertas aos líderes chineses pedindo o fim da campanha inconstitucional contra o Falun Gong. Em resposta, o regime chinês o tem mantido mais na prisão do que fora desde 2005 e submeteu-o a repetidos episódios de tortura.

No entanto, a situação está mudando.

Trezentas impressões digitais

Wang Xiaodong é um professor muito respeitado que morava na vila de Zhouguantun, cidade de Botou, província de Hebei. Em 25 de fevereiro, cerca de 40 agentes da Delegacia de Polícia de Botou saquearam a casa de Wang e o levaram sob custódia. A polícia confiscou seu dinheiro, computador e outros equipamentos eletrônicos.

A polícia alegou que ele havia cometido um crime ao produzir e distribuir CDs contendo informações sobre a prática do Falun Gong e a campanha de perseguição do regime chinês. A prisão deixou a velha mãe de Wang e sua jovem filha por conta própria. Sua irmã foi forçada a fugir para evitar uma possível prisão.

Irritado com o tratamento injusto que Wang recebeu, mais de 300 moradores, cada uma representando uma família, assinaram uma petição pedindo a libertação imediata de Wang. Os moradores usavam seus nomes verdadeiros e colocaram suas impressões digitais com cera vermelha, uma forma tradicional de assinar um documento importante.

Uma cópia desta petição foi amplamente divulgada na internet e chocou alguns dos principais líderes do regime comunista chinês.

Quinze mil assinaturas

Enquanto isso, no nordeste da China, pelo menos 15 mil pessoas assinaram uma petição manifestando seu apoio à demanda de uma jovem de que as autoridades chinesas investigassem a morte de seu pai, um praticante do Falun Gong, que é altamente considerado em sua comunidade.

O Sr. Qin Yueming morreu sob custódia em 26 de fevereiro de 2011 na prisão de Jiamusi, na província de Heilongjiang. Sua família notou contusões escuras que cobrem seu corpo inteiro e quando viraram o corpo, sangue fluiu de sua boca e nariz.

Depois de não conseguir que as autoridades investigassem a morte de seu pai, Ronqian, a filha de Qin de 23 anos, coletou mais de 15 mil assinaturas em sua carta de petição num prazo de duas semanas. A petição, datada de 31 de maio, além de pedir uma investigação sobre a morte de Qin, pede a libertação de sua mãe e irmã. Cada uma delas está servindo sentenças de um ano e meio de trabalho forçado porque praticam o Falun Gong.

Seu pai foi preso em 1999, solto em 2002 e depois novamente preso em 2002 e condenado a 10 anos de prisão. Rongqian tinha apenas 13 anos quando seu pai foi preso pela segunda vez. Ela resistiu que a polícia levasse seu pai, então, eles prenderam a jovem e interrogaram-na por um mês.

Desde que sua mãe também foi presa, Rongqian sobreviveu por conta própria e trabalhou para que pudesse sustentar a si e a sua irmã mais nova.

Rongqian esperava ver seu pai voltar para casa este ano. “Como uma menina, eu não tenho dinheiro nem poder”, escreveu Qin Rongqian em sua petição. “Mas acredito na justiça e nos valores morais do povo chinês. Como podem os que têm poder prenderem e assassinarem pessoas comuns à vontade?”

Parede humana

Na manhã de 9 de junho, na cidade de Tangshan, província de Hebei, mais de 10 oficiais do departamento de polícia do distrito de Kaiping entraram na casa de Li Zhen, de 58 anos, e sua esposa Wang Xiulan, ambos praticantes do Falun Gong.

A polícia prendeu Li e então começou a revistar a casa sem um mandado de busca. Mais de 100 vizinhos vieram em defesa de Li. Os vizinhos formaram uma parede humana para evitar que a polícia levasse Li e em voz alta perguntaram por que a polícia queria prender uma pessoa tão boa.

Moradores disseram aos oficiais que Li, que vive na comunidade de Wenxingjiayuan há décadas, muitas vezes ajudou os necessitados. Eles contaram um incidente que ocorreu no verão de 2010. Alguém tinha caído no rio e corria o risco de se afogar, enquanto espectadores assistiram e nada fizeram. Li apareceu e imediatamente pulou na água e puxou a vítima para a margem.

O impasse entre os moradores e a polícia durou quase duas horas, segundo o website Minghui do Falun Gong. Depois que a polícia eventualmente conseguiu levar Li, os moradores redigiram uma carta de apelo conjunto e mais de 70 pessoas imediatamente assinaram seus nomes e imprimiram suas digitais.

Despertar

O drama político em curso na China envolvendo Bo Xilai, o ex-secretário do Partido Comunista Chinês (PCC), Zhou Yongkang, o chefe maior da segurança pública chinesa, e seus aliados mudou a forma como o povo chinês olha para os oficiais envolvidos na perseguição ao Falun Gong. As pessoas agora veem os oficiais como criminosos.

Os chineses perderam a paciência e a confiança no regime e aprenderam que, protegendo os direitos dos praticantes do Falun Gong, eles estão protegendo seus próprios direitos.

Ao longo dos últimos 13 anos, praticantes do Falun Gong têm incansavelmente e sem medo expostos os crimes contra a humanidade cometidos pelo regime comunista chinês e contado ao povo chinês os fatos sobre sua prática espiritual, que o regime comunista tentado demonizar.

Os chineses agora estão despertando e escolhendo ficar do lado dos praticantes do Falun Gong.

Uma fonte bem posicionada na China disse ao Epoch Times que a indicada próxima liderança chinesa, como o suposto líder chinês Xi Jinping e o próximo primeiro-ministro Li Keqiang, ficou chocada com a petição das 300 impressões digitais. A fonte disse que estes líderes não têm interesse em continuar os crimes cometidos pela facção sangrenta liderada pelo ex-líder Jiang Zemin e Zhou Yongkang.

Michael Young é um escritor chinês-norte-americano baseado em Washington DC que escreve sobre a China e as relações sino-norte-americanas.