Agência Espacial Europeia divulga evidências sobre a hipótese de água sob a superfície do Planeta Vermelho
A Agência Espacial Europeia (ESA) divulgou nesta sexta-feira evidências sobre grandes quantidades de água sob a superfície marciana na região dos Montes Phlegra.
“Se assim for, essas grandes reservas poderiam fornecer água para futuros astronautas explorarem o Planeta Vermelho”, informou a ESA.
As evidências se originaram de imagens feitas com uma câmera estéreo de alta resolução na sonda espacial Mars Express da ESA.
A evidência mais notória é a existência de “leques lobulares de resíduos”, que são “estruturas arredondadas que aparecem com frequência ao redor de planaltos e montanhas destas latitudes”, segundo comunicado da ESA. Os detritos na Terra correspondem a geoformas associadas a ambientes periglaciais.
A semelhança destes detritos em Marte com os encontrados nas geleiras da Terra sugere que possa haver geleiras sob a superfície de Marte nesta região.
As imagens obtidas por radar a bordo da Mars Reconnaissance Orbiter avaliam esta hipótese. A presença de “leques lobulares de resíduos” está quase sempre relacionada à presença de gelo sob a superfície, “às vezes apenas a 20 metros de profundidade”, segundo a ESA.
Outra evidência é a presença de crateras próximas dos Montes Phlegra.
“As teorias sugerem que as cristas do sistema montanhoso se formaram quando as crateras mais antigas se encheram de neve. Ao longo dos anos, a neve foi compactando até que as geleiras erodiram o fundo destas crateras”, conforme o comunicado da ESA.
Na imagem da Mars Express obtida em 1º de junho de 2011, durante a órbita 9465, pode-se ver estes sulcos glaciais (1), além de rochas perto das montanhas (2), e os restos que parecem ter caído ao longo do tempo como detritos encontrados em geleiras da Terra, conhecido como cratera concêntrica de relevo (3), que é outra indicação da existência de gelo sob a superfície.
Os Montes Phlegra são uma cadeia de montanhas e cordilheira de curvatura suave em Marte que se formou pelos movimentos tectônicos, e não por atividade vulcânica, segundo a ESA.