Como já dissecado nos quatro artigos anteriores, o Porto e a Zona de Processamento de Exportação (ZPE) de Mariel não passam de embuste para investidores sérios, enquanto alojarão uma base naval cubana, uma base militar russa e uma indústria bélica pesada estabelecendo uma rota segura para o narcotráfico financiado pela organização terrorista narcoguerrilheira conhecida como Farc.
Contudo, me pergunto o que ganham Dilma e o PT com isso, além do fomento às pretensões do Foro de São Paulo? Principalmente em ano de eleições no Brasil.
Bem, em primeiro lugar a empresa escolhida para a construção do Porto e da ZPE de Mariel é a Odebrecht, precisamente uma das maiores doadoras das campanhas petistas. Fora isso, os US$802 milhões que Dilma garante que chegaram às empresas brasileiras não possuem a menor transparência.
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A presidente Dilma Vana Rousseff afirma que esse montante de US$802 milhões chegou a 50 empresas brasileiras, no entanto não há uma lista e ela não revela quais seriam essas empresas. Não me surpreenderia se forem doadoras (todas ou a maioria) do PT. Lembrando da confissão do falso padre Olivério Medina (espécie de “embaixador” das Farc no Brasil e cujo verdadeiro nome é Francisco Cadenas Colazzos) de haver entregue US$5 milhões das Farc para financiar a campanha presidencial de Lula em 2006, segundo documentos secretos da Abin obtidos com exclusividade pela revista Veja. O guerrilheiro explanou que o dinheiro sairia de Trinidad e Tobago e passaria por 300 pequenos empresários, que repassariam a comitês regionais petistas.
As Farc, que terão sua rota narcotraficante segura e garantida pelo empreendimento em Mariel, são doadoras do PT? Pelo visto, sim! O que não é de se espantar, posto que o próprio ex-número dois das Farc, o falecido Raul Reyes, confessou à Folha de São Paulo, em 2003, que presidiu o Foro de São Paulo por 13 anos ao lado do ex-número 1 da organização criminosa, o também falecido Manuel Marulanda Vélez, e de Lula – de 1990 até 2003.
Então, parte dos ganhos das Farc com o empreendimento de Mariel pode retornar aos parceiros? Provavelmente. Dinheiro do narcotráfico com ares de dinheiro legal para financiar campanhas do partido do companheiro Lula às eleições de 2014.
E as empresas bélicas russas? E a própria Rússia – que agora terá um local seguro e estruturado para instalar sua base militar – compensará a generosidade do governo brasileiro (financiada por nós, cidadãos espoliados)?
Outra questão. Poderia o dinheiro do programa Mais Médicos, por exemplo, que fica retido nas mãos dos irmãos Castro, retornar ao PT através da utilização deste para “pagamento” das tais empresas brasileiras que fariam “doações” ao partido? Um esquema “perfeito”, pois o dinheiro volta “limpo” e “legal”.
Talvez vejamos este ano a maior campanha eleitoral de um partido político na história deste país. O que realmente vem em boa hora, pois Dilma, Lula e PT precisarão de muito capital para financiar a “lavagem” da imagem da presidente, e enfiar pelas goelas dos eleitores estaduais candidatos como Alexandre Padilha (ao governo de São Paulo) e Gleisi Hoffmann (governo do Paraná).
Roberto Barricelli é jornalista e assessor de imprensa do Instituto Liberal
Este artigo foi originalmente publicado no Blog do Roberto Lacerda