Por trás da cortina de ouro da China

13/06/2013 18:11 Atualizado: 13/06/2013 18:11
Volume das importações chinesas de ouro e participação total permanecem desconhecidos
Um caminho pavimentado com ouro num estabelecimento de negociação em Kuming, estimado em mais de 100 milhões de yuanes (US$ 16 milhões). A China tem importado ouro vorazmente, mas o resto do mundo não sabe quanto o país possui (STR/AFP/Getty Images)

Uma coisa é certa. A China tem importado ouro vorazmente, usando Hong Kong como um canal. As importações estabeleceram um recorde de 247 mil toneladas em março de 2013, após um mês de abril também forte. Desde janeiro de 2012, a China importou um total de 1.469 toneladas, segundo uma análise da Zerohedge.

O que é menos certo é quanto a China importa por outros canais e quanto ouro ela realmente possui.

Oficiais do Partido Comunista Chinês (PCC) dizem que a fome chinesa por ouro é exagerada e apontam que “as participações de ouro [da China] são muito menores do que a maioria dos principais países ocidentais”, diz um artigo de 5 de junho no Mineweb.

Oficialmente, a China tem 1.162 toneladas de ouro como reserva, equivalente a apenas 1,4% de suas reservas cambiais, segundo o Conselho Mundial do Ouro.

A última vez que a China divulgou números oficiais de suas reservas de ouro foi em 2009. Devido à grande quantidade das importações, o montante pode ser múltiplo disso agora. Para confirmação, no entanto, o mundo precisa esperar até que a China escolha liberar novos dados.

De acordo com os números de 2009, as reservas oficiais de ouro do Estado chinês são significativamente menores do que as reservas de ouro detidas pelos Estados Unidos (8.966 toneladas) e Alemanha (3.738 toneladas), os dois países que possuem mais ouro.

A China vem tentando adicionar mais ouro a suas reservas, em parte para diversificar sua aquisição de trilhões de dólares de títulos do Tesouro dos EUA. Em longo prazo, alguns analistas sugerem que a China possa substituir o dólar dos EUA como moeda de reserva mundial. Se isso for verdade, a China precisa de um grande lastro em ouro para dar credibilidade a sua moeda, o que ela não tem no momento.

Ouro ‘oficial’ versus desconhecido

“A produção e demanda de ouro da China poderia ser muito maior do que os dados ‘oficiais’ sugerem”, diz um artigo de fevereiro de 2012 no Mineweb.

Segundo dados oficiais, o Estado chinês é considerado o maior produtor de ouro do mundo, bem como o maior importador. Além do ouro que entra no país via Hong Kong – parte do qual é adquirido por meio de compradores privados – há rumores de que o Estado chinês importa ouro por meio de outros canais que não são monitorados pelo público.

Dados da mineração de ouro do Estado chinês, fornecidos por entidades oficiais ou semioficiais não seriam precisos, pois a aferição no país costuma ser distorcida. Números podem ser propositadamente subnotificados e a corrupção do oficialismo nos arredores das operações de mineração no país não é novidade.

Por exemplo, a Associação do Ouro da China coleta dados apenas de membros, embora haja muitas operações ilegais de mineração e minas operadas por militares chineses. Além disso, o ouro é recuperado como um subproduto de operações de mineração de outros metais.

“Analistas ocidentais estimam que as importações totais de ouro da China no ano passado foram em torno de 490 toneladas, mas ninguém fala sobre as importações ‘ilegais’, isto é, o ouro contrabandeado para a China”, afirmou o artigo do Mineweb.

Uma das razões para a subnotificação deliberada é que mineradores chineses supostamente venderiam todo o ouro extraído oficialmente para o Banco Central da China. Alguns relatos sugerem que o Banco Central mantém parte do ouro fora do mercado, que poderia ser incluído nas reservas oficiais no futuro. Esse montante equivaleria a 50-100 toneladas por ano.

Como a China relata suas reservas oficiais de ouro apenas quando lhe convém, suas reservas ocultas podem ser usadas para atordoar o mundo e apresentar um valor muito superior ao esperado.

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