Por que o novo líder chinês escolheu visitar Rússia e África em suas primeiras visitas de Estado

25/03/2013 17:47 Atualizado: 01/04/2013 23:32
O novo líder chinês Xi Jinping (esquerda) e o presidente russo Vladimir Putin (direita) durante um encontro recente na Rússia (Sergei Ilnitsky/AFP/Getty Images)

Após sua posse na semana passada, o novo líder chinês Xi Jinping foi à Rússia e também visitará três países africanos – Tanzânia, África do Sul e Congo – durante sua primeira série de visitas de Estado, de 22 a 30 de março.

Na África do Sul, Xi Jinping participa da 5ª Cúpula do BRICS, uma associação das economias emergentes do Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul.

Um artigo de 18 de março da mídia porta-voz estatal Xinhua disse que a viagem de Xi Jinping aos três continentes da Europa, África e Ásia tem por objetivo “herdar o passado e inaugurar o futuro” e também “planejar o futuro e influenciar o mundo”.

No entanto, alguns analistas apontam que a Rússia não pode representar a Europa e que o líder econômico mundial ainda é os Estados Unidos, na América do Norte.

Os planos cuidadosos do Partido Comunista Chinês (PCC) para a primeira visita de Estado de Xi Jinping sugerem uma postura competitiva contra os países democráticos ocidentais por meio de uma parceria estratégica com a Rússia para combater a influência dos Estados Unidos sobre a Ásia.

Numa entrevista a Rádio Som da Esperança (SOH), o comentarista independente Li Shanjian afirmou que a China e a Rússia têm ideologias semelhantes e opiniões idênticas sobre questões diplomáticas controversas. Por exemplo, em votações no Conselho de Segurança das Nações Unidas (CSNU), os dois países se opuseram as resoluções de sanções ao regime de Assad da Síria, que tem brutalizado o próprio povo.

“Na verdade, os valores e a ideologia do PCC não podem ser aceito pela opinião pública internacional”, disse Li Shanjian, “Como resultado, o PCC tem estado bastante isolado em muitas questões. Embora o Partido Comunista da Rússia tenha caído, a ideologia de seu governo atual ainda tem muito em comum com o PCC.”

Mas o comentarista Zhang Jian disse a SOH que a Rússia não é um vizinho completamente amigável, pois eles invadiram e ocuparam grandes áreas da China. No entanto, para manter seu regime autocrático, o PCC formou uma aliança com a Rússia e não hesita em trair os interesses do país pela Rússia. Zhang Jian acrescentou que o PCC reverencia a Rússia e usará qualquer método, mesmo ceder território, para manter seu poder político.

Quanto aos três países da África Austral que são parte da turnê de Xi Jinping, Zhang Jian disse que o PCC tem ajudado a África não com intenções humanitárias, conforme afirma, mas para comprar votos em disputas internacionais. “Foram esses pobres irmãos africanos que ‘levaram’ o regime do PCC às Nações Unidas com seus votos”, disse ele. “Enquanto o povo chinês não tem transporte público adequado e é afligido por edifícios mal construídos, o PCC dá dinheiro aos países africanos para obter seu apoio e ganhar poder de barganha e influência internacional no âmbito das Nações Unidas.”

Nos últimos anos, países ocidentais têm difamado do PCC sobre suas relações com a África. Eles acreditam que o regime chinês visa os ricos recursos minerais da África e seu mercado e assim se posiciona como maior parceiro comercial da África. Tanto a China quanto a Rússia negam isso, dizendo que a China ajuda a África, principalmente por razões políticas para estabelecer uma nova ordem mundial em sua disputa com os Estados Unidos.

Li Jianshan apontou que ao optar por visitar a Rússia e a África primeiramente, o PCC insiste em sua autocracia, apesar dos problemas domésticos e internacionais.

“Seja indo à Rússia para uma aliança política ou à África por interesses econômicos, isso prova que Xi Jinping sabe que o PCC não é reconhecido pela opinião pública ocidental. No entanto, ele não demonstrou qualquer desejo de mudar seu sistema político ou terminar o regime de partido-único, embora ele saiba claramente que está diante de uma enorme crise”, disse Li Jianshan. “Ao visitar esses países, os comunistas parecem ainda ter esperanças de preservar o PCC e seu sistema.”

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